(Carlos Rhienck)
Gestores públicos e representantes da Santa Casa de Belo Horizonte iniciaram nessa segunda-feira (4) uma negociação para viabilizar a abertura de 30 leitos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital, fechados desde a inauguração, há um ano. Parte deles chegou a funcionar durante a Copa do Mundo, custeados pela prefeitura.
No entanto, por falta de recursos, voltaram a ficar inativos após o Mundial. O impasse que impede a abertura dos leitos é a falta de consenso entre as partes sobre o valor a ser pago pelas novas vagas.
Atualmente, o valor repassado por cada leito é de R$ 1.180 por dia, sendo R$ 800 previstos na tabela SUS e outros R$ 380 de incentivo do governo municipal. Essa quantia, segundo a Santa Casa, está abaixo dos R$ 1.600 que é o custo médio brasileiro de um leito de UTI para hospitais e instituições de saúde filantrópicas.
A prefeitura, por sua vez, informa que aumentar esse valor causaria um desequilíbrio em toda a rede hospitalar que atende o SUS na capital mineira. Em nota, a Secretaria de Saúde informou que “a Santa Casa tem autorização para colocar em funcionamento esses leitos, imediatamente, desde que o custeio esteja fixado no valor já pago ao hospital”.
Ainda não há uma previsão para que os leitos de UTI sejam abertos. Enquanto a questão não se resolve, os pacientes que precisam desse tipo de atendimento acabam ficando sem atendimento. Considerando a demanda da população de outros municípios que são atendidos na capital, já que Belo Horizonte é referência no Estado, há um déficit de 630 leitos.
Crise vai além do problema na UTI
O problema é mais um agravante na crise pela qual passa a Santa Casa de BH. Com um prejuízo anual de R$ 10 milhões, a Maternidade Hilda Brandão ameaça fechar as portas. Uma campanha na internet, encabeçada pelo símbolo #vivamaternidade, mobiliza a população para a gravidade da situação da unidade .