Seds promete criar 4 mil vagas no sistema prisional em seis meses

Hoje em Dia*
21/05/2015 às 19:44.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:09
 (ABr)

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O Governo do Estado pretende criar 4 mil vagas no sistema prisional em seis meses e planeja atingir 15 mil novas vagas em quatro anos. A promessa foi feita pelo secretário de Defesa Social, Bernardo Santana de Vasconcellos, durante audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta quinta-feira (21). A reunião foi convocada para debater o déficit de 26 mil vagas no sistema prisional do Estado e a superltação no sistema.   O secretário admitiu que o número de vagas oferecido inicialmente está muito aquém da demanda, mas observou que essa ampliação faz parte de um conjunto de medidas emergenciais que inclui ainda a criação de uma força-tarefa formada por representantes de todos os setores ligados à segurança, além da ampliação de algumas unidades prisionais ou construção de novas. A essas medidas somam-se outras, como a realização de concursos públicos, o aproveitamento de remanescentes de concursos anteriores e a reestruturação da Polícia Civil, que sofre com déficit de profissionais.   Segundo o secretário, a força-tarefa, “medida adotada para casos de crise, que deverá dar fluidez e dinamismo ao processo” e que já teve a sua primeira reunião na última segunda-feira (18), reúne representantes de cada secretaria atinente ao tema.    Presos provisórios, interdição e superlotação de cadeias   O secretário Bernardo Vasconcellos destacou ainda outros pontos que considera graves na segurança pública do Estado, como a existência de mais de 28 mil presos provisórios, muitos dos quais cometeram crimes de baixíssimo nível ofensivo, que não justificariam a sua permanência em unidades de detenção, ocupando vagas de criminosos com alto teor ofensivo. Ele citou o caso de um preso que estava detido desde a Semana Santa em Belo Horizonte, por ter roubado um ovo de Páscoa.   Outro problema apontado foi o da interdição de diversas unidades prisionais por ação do Ministério Público, em razão da superlotação. O secretário informou que o governo também está em negociação para buscar uma solução para o caso.   Plantões   O chefe da Polícia Civil, Wanderson Gomes da Silva, informou que, de 92 unidades prisionais em Minas, 32 estão totalmente ou parcialmente interditadas por decisão judicial. Além disso, informou que seis unidades de plantões na Capital estão operando com apenas 50% do necessário.    “Diante do quadro crítico, as unidades da Central de Flagrantes da Capital (Ceflan 1, 2 e 3) estão sobrecarregadas”, disse. Ele também mencionou dificuldades nos plantões de Santa Luzia, Contagem e Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, “muitas vezes devido às interdições”. Contudo, disse que “o quadro atual não é mais grave do que em anos anteriores” e manifestou a sua convicção de que a situação será solucionada “muito em breve”.   Wanderson Silva destacou o empenho e o profissionalismo das equipes de policiais civis e disse que, apesar dos entraves, nos quatro primeiros meses de 2015, nas três unidades da Ceflan, foram lavrados 1.981 autos (em sua maioria, com mais de um conduzido), despachadas 1.185 diligências preliminares e cumpridos 345 mandados de prisão expedidos pela Justiça.   O presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), indagou da delegada chefe do 1º Departamento de Polícia Civil de Belo Horizonte, Rita Januzzi, quantas ocorrências estão paradas nas Ceflans 1, 2 e 3, neste momento. A delegada respondeu que, atualmente, as unidades contam com 35 presos autuados aguardando remanejamento.   Força-tarefa   O secretário adjunto de Defesa Social, Rodrigo Teixeira, admitiu um déficit de mil vagas no sistema socioeducativo. Mas disse que há a expectativa de suprir pelo menos 50% dessas vagas ainda neste ano. Segundo ele, a força-tarefa vai focar em três pontos: liberação dos presídios interditados; construção e ampliação de unidades prisionais; e mapeamento de todo o Estado para ver onde há cadeias e presídios desativados, bem como outros tipos de imóveis que possam ser reaproveitados.   O vice-líder do Governo, deputado Cabo Júlio (PMDB), elogiou o Decreto 46.758, que instituiu a força-tarefa da segurança pública. Sobre a superlotação das unidades prisionais, lembrou que dos atuais 58 mil presos, quase 30 mil são provisórios, o que corresponde a mais de 50% da população carcerária. Ele defendeu também a garantia da segurança dos agentes prisionais e socioeducativos, que trabalhariam sem armas em locais com até 120 presos.    O parlamentar defendeu também o aproveitamento dos candidatos remanescentes dos últimos concursos para repor vagas no setor de segurança. Em resposta, o secretário afirmou que já há um cronograma definido na área, considerando a questão dos agentes e a da Polícia Civil como prioridade.   (* Com ALMG)

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