Seis em cada dez supermercados foram vítimas de violência em BH

Danilo Emerich e Ana Clara Otoni
10/07/2012 às 12:12.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:27
 (Luiz Costa/Arquivo Hoje em Dia)

(Luiz Costa/Arquivo Hoje em Dia)

Seis em cada dez supermercados sofreram violência em Belo Horizonte, de acordo com pesquisa realizada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sincovaga-BH) e apresentada nesta terça-feira (10). A violência em supermercados aumentou 8%, na comparação de janeiro a maio de 2011 e o mesmo período de 2012, em Belo Horizonte, de acordo com os dados da Polícia Militar de Belo Horizonte. A corporação, porém, não apresentou os números absolutos de supermercados alvo de algum tipo de violência. Para tentar conter as ocorrências, principalmente de assaltos a mão armada, que representa a maior parte dos casos, representantes da Polícia Militar, da Câmara de Dirigentes Lojistas, do Sincovaga-BH, da Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas) e da Federação do Comércio de Minas Gerais (Fecomércio-MG) se reuniram nesta terça-feira (10) para organizar estratégias para conter os crimes aos estabelecimentos comerciais.

Uma pesquisa realizada pelo Sincovaga-BH mostrou que dos 95 proprietários e gestores de hipermercados, supermercados e mini-mercados, entrevistados 83% disse ter percebido o crescimento da criminalidade nos estabelecimentos comerciais do tipo. Pelo menos 63% deles disse que a criminalidade aumentou muito. Isso porque, 72,3% deles já sofreram algum tipo de violência dentro do comércio. De acordo com o estudo, 33,3% das ocorrências referem-se a assaltos a mão armada, 15% são furto à loja e 13,9% furtos a clientes. Os dados poderiam ser muito maiores se a pesquisa tivesse considerado arrombamentos e ataques a caixas eletrônicos.  O supervisor de pesquisas da Fecomércio Minas, Eduardo Ângelo Gonçalves Dias, comenta que a percepção de insegurança está em uma crescente na capital devido ao fato de que os supermercados são sistematicamente vítimas de crimes. Segundo ele “os crimes mais comuns em supermercados, como assalto à mão armada aos funcionários e clientes, acabam gerando um clima de insegurança, sensação que se reflete no comportamento da população”, afirma.

Apesar da percepção do aumento da violência entre os comerciantes, em um estudo realizado em outubro do ano passado, 74,1% dos entrevistados na época disseram ter percebido o aumento da criminalidade nos supermercados, conforme o Sincovaga-BH. Segundo o sindicato Belo Horizonte possui 8 mil estabelecimentos comerciais e calcula-se que uma média de sete a cada dez já foram assaltados à mão armada pelo menos uma vez.

Para tentar conter esse avanço da violência aos supermercados, o comandante do Comando da Capital, coronel Rogério Andrade, anunciou durante a reunião desta terça-feira (10) que fará uma força-tarefa com a criação de 96 sub-áreas a terem o patrulhamento intensificado. Segundo o comandante, cada equipe militar será responsável por quatrou ou cinco bairros, que deverão ter um reforço no policiamento, principalmente, nas áreas onde há comércio. Outra medida a ser adotada pela PM será a intensificação da Operação Impacto - que tem como foco as motocicletas que circulam pelos principais corredores da capital, uma vez que esse tipo de veículo é o mais usado para a fuga dos autores de assaltos a supermercados.

As entidades que representam os comerciantes também criarão um sistema para a troca de informações de medidas autoprotetivas entre os comerciantes. A CDL, ACMinas e Fecomércio se prontificaram a preparar a ferramenta, que também servirá para consultorias.

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