Sem alívio, Minas se arma contra novo ciclo da dengue

Simon Nascimento
17/09/2019 às 20:43.
Atualizado em 05/09/2021 às 21:48
 (Reprodução/ Pixabay)

(Reprodução/ Pixabay)

Minas chegará a mais um período crítico da dengue sem alívio nos números da doença em 2019. As notificações estão em queda desde abril, mas no comparativo de meses iguais bateram recorde em uma década. A epidemia deste ano já deixou 138 mortes e mais de 474 mil doentes – 15 vezes mais se comparado a 2018. O Estado lidera os registros no país.

Não bastasse o alerta, a população ainda enfrenta um surto de sarampo, que já teve 18 confirmações até o momento. Autoridades e especialistas reforçam que a chegada da temporada de chuva, daqui a um mês, e as altas temperaturas demandam ações para evitar a proliferação do Aedes aegypti

Tanto na capital quanto no restante do Estado, medidas preventivas estão sendo planejadas. Algumas serão colocadas em prática nos próximos dias, como a utilização de drones para mapear pontos com água parada na metrópole.

“As medidas são viáveis, mas precisamos de educação em saúde para a população, conscientizando que o processo de combate ao vetor começa dentro de casa. Não adianta aumentar o atendimento médico se a sociedade continuar mantendo água parada dentro da residência” (Débora Cristine Gomes Pinto, coordenadora de Enfermagem das Faculdades Kennedy)

Acima das expectativas

Subsecretário de Vigilância em Saúde de Minas, Dario Brock Ramalho destacou que a epidemia era esperada, mas que o número de casos ultrapassou as expectativas. Para o próximo ciclo da doença, o governo não acredita em nova escalada de registros, mas um plano de contingência foi elaborado. Uma das principais apostas é o uso de ovitrampas – armadilhas utilizadas para mapear os ovos do Aedes.

“A proposta é tentar universalizar o uso do método com um aplicativo que ainda está sendo pensado. A princípio, funcionaria com um mapeamento, em tempo real, dessas armadilhas para identificarmos as áreas de infestação”, explicou o subsecretário. Não há previsão para o lançamento do app.

Outra alternativa é a bactéria Wolbachia, usada para contaminar fêmeas do Aedes que serão liberadas nos municípios. Quando implantada no vetor, ela tem a capacidade de fazer com que a dengue não seja transmitida, mesmo que o vírus esteja no organismo do inseto. A estratégia também será adotada em BH.

Um acordo judicial está sendo negociado com a Vale para que a mesma ação seja colocada em prática em 23 cidades cortadas pelo rio Paraopeba, atingido pelos rejeitos da mineradora após o rompimento da barragem em Brumadinho, na região metropolitana. 

“A assinatura deve ocorrer esse ano ainda. Devemos aplicar a Wolbachia de Brumadinho a Três Marias. Provavelmente, o investimento deve ser na casa dos R$ 60 milhões”, adiantou Ramalho.

  

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