Sem apoio da população, dengue continua a avançar em BH

Renato Fonseca - Hoje em Dia
15/03/2013 às 07:34.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:54
 (Frederico Haikal)

(Frederico Haikal)

Pelas ruas estreitas do bairro Divina Providência, pilhas de lixo tomam conta dos passeios. No Primeiro de Maio, há vários pontos com água parada e, no Aarão Reis, lotes vagos são transformados em bota-foras clandestinos, situação que se repete no São Paulo.

O descaso, na maioria das vezes da própria população, ajuda a explicar o salto nos registros de dengue nas duas regiões mais afetadas de Belo Horizonte: Norte e Nordeste. Em menos de uma semana, as confirmações da doença cresceram 75% na regional Norte, passando de 264 casos para 463.

“O caminhão de lixo vem todos os dias, mas, logo em seguida, tudo já está sujo de novo. As pessoas não colaboram”, reclama a estudante Ana Carolina Braga, de 19 anos, moradora do Aarão Reis. Em apenas 20 minutos percorrendo as ruas do bairro, pelo menos quatro lotes vagos amontoados de lixo foram flagrados pela reportagem.


Surto

Na Unidade de Pronto -Atendimento (UPA) Norte, a demanda de pacientes cresceu 35%. O aumento tem prejudicado a população. Na última quarta-feira (14), a auxiliar de serviços gerais Clélia Michele de Souza, de 31 anos, com sintomas da doença, aguardou mais de seis horas para ser atendida.

Ao lado posto, bueiros repletos de lixo e muita água parada. O descaso de muitos moradores é comprovado pela aposentada Célia Fagundes, de 50 anos. “Na minha família, três pessoas já pegaram a doença. Temos certeza de que foi culpa do vizinho, que não limpa o terreiro dele”, reclama. Segundo o secretário Municipal Adjunto de Saúde, Fabiano Pimenta, o principal motivo para a proliferação da dengue em BH é a disseminação do subtipo 4 do vírus.

Entre as ações desenvolvidas para atacar o mosquito estão mobilizações sociais em escolas, praças e empresas. Cerca de 1.400 agentes fazem visitas periódicas às casas localizadas em regiões mais afetadas. Segundo Pimenta, mutirões diários, em parceria com a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), têm sido feitos. Na próxima semana começa um novo Levantamento Rápido do Aedes aegypti (LirAa) em Belo Horizonte.

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