Sem liminar, bar e restaurante terão que esperar estabilização da Covid em BH

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
23/07/2020 às 08:34.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:06
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Empresários do setor de comércio na capital cobram a retomada das atividades de forma mais ampla. Plano apresentado ontem defende permissão para oferecer mais que serviço delivery à clientela a partir de 3 de agosto. A proposta será analisado pela gestão municipal. Na semana passada, decreto da Prefeitura de BH estabeleceu o funcionamento com restrições. Ontem, a justiça derrubou uma liminar que autorizava a reabertura de portas.

Na opinião de especialistas da saúde, porém, a flexibilização só será possível se os números da Covid-19 caírem e se estabilizarem na cidade. O cenário atual ainda não permite cravar uma data para isso acontecer.

Para considerar a estabilidade será preciso uma avaliação por 15 dias quando os índices começarem a ter queda. Membro do Comitê de Enfrentamento à pandemia criado na capital, o infectologista Estevão Urbano ressalta que a quantidade de doentes e de internações parou de subir, mas ainda se mantém alta.

Ontem, comerciantes realizaram manifestação na Praça da Liberdade pela retomada do comércio em Belo Horizonte

“Se vai continuar assim ou não, não há garantias. Como hoje está, reabrir (o comércio) representa um risco alto de problemas. Quando começar a cair (o índice), precisamos ter pelo menos duas semanas de quedas constantes para ter certeza que elas são consistentes. Mas é empírico”. 
Boletim epidemiológico da PBH indica 15.051 casos confirmados da doença na cidade, com 399 mortes.

Mandado de segurança
Os números da Covid-19 na cidade basearam o recurso impetrado pela PBH para impedir a abertura de bares e restaurantes, conforme havia sido autorizado por mandado de segurança expedido pela 3ª Vara da Fazenda Pública na última segunda-feira. A liminar foi derrubada em segunda instância, em decisão assinada pelo presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Gilson Lemes.

A possibilidade de reabertura seria um “respiro” para Gabriela Ribeiro Souza, da Mercearia da Serra, na região Centro-Sul. Ela se preparava para retomar os atendimentos em mesas, mas desistiu. Por determinação judicial, as mesas teriam que ser colocadas a dois metros de distância umas das outras. “Só conseguiríamos colocar quatro, e ficamos com receio de ter estresse com clientes que teriam que aguardar. Mas já imaginávamos que a liminar não iria perdurar por vários dias”. 

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