Sepultamento de autor da tragédia em Janaúba é realizado sem a presença de familiares e conhecidos

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
06/10/2017 às 16:58.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:06
 (Mônica Miranda/Divulgação)

(Mônica Miranda/Divulgação)

Sem familiares ou qualquer outra pessoa que não tenha sido o coveiro, o vigia que ateou fogo na creche, Damião Soares dos Santos, foi enterrado em uma tarde tomada pela tristeza e comoção. 

“Sei que ele tinha dois irmãos, duas irmãs e a mãe. O pai já é falecido e o relacionamento com a família era bom até onde sabia”, relata o coveiro.

“Eu conhecia ele da entrega de sorvete. Sempre calado e quieto e por isso fiquei surpreso quando soube da tragédia”, diz o funcionário do restaurante, ainda sem acreditar.

José Ferreira dos Santos, que também é vigia em uma empresa privada, relatou que no momento da tragédia ajudou a socorrer algumas crianças e ao falar sobre o autor do crime ficou emocionado e ao mesmo tempo irritado como tudo aconteceu. “Ele não cumprimentava ninguém. Era muito esquisito e com certeza tinha algum problema”, diz muito revoltado.

J.S., amigo de Damião que não quis ser identificado, falou sobre o cara solitário e de poucas palavras.“Trabalhei com ele um tempo em uma colheita de bananas. Como ele se comportava? Isolado dos grupos, de pouca conversa e não gostava de brincadeiras”, conta o amigo.

MISTÉRIO

J.G. é um dos vizinhos e amigo de familiares do vigia. Ele que conviveu com parentes e com o próprio Damião e se diz incrédulo com isso tudo. “O Damião morava com a mãe até pouco tempo, mas se mudou para outro bairro, o motivo eu não sei o porquê. Ele era o que eu menos tinha contato”, explica.

O vizinho ainda relatou que ele já sofria de depressão antes da morte do pai. “Mas depois se agravou, por que ele era apegado com o Seu Patrocínio”.

Ao ser questionado sobre a relação de Damião com a família, J.G. disse que estão todos muito abalados e tristes, tanto por causa das crianças como pelo que ele fez. “A família sempre apoiou ele nesse tempo que estava em tratamento. Para mim, a ficha não caiu ainda”, disse, emocionado.

Damião, além de fazer sorvete, usava as horas vagas para fazer esculturas de gesso. O que levou a pessoa calada a incendiar crianças ainda continua um mistério.

(Com Lucimery Lopes, sob supervisão do editor)

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