Prevista para a próxima segunda-feira (16), a inauguração do Shopping Xavantes Express, no mesmo endereço onde funcionou o Cine Pathé, na Savassi, não está autorizada pela prefeitura. O alvará de funcionamento do local foi indeferido e o descumprimento da decisão está sujeito a notificação e multa. A polêmica envolvendo a nova destinação do espaço, no número 315 da avenida Cristóvão Colombo, não se limita à ausência do alvará. Ao que tudo indica, a revitalização do cinema, que contaria com um café e um museu, com a construção de um prédio comercial, já estava acertada. “Fomos pegos de surpresa com essa informação. O projeto de reforma do imóvel já foi inclusive aprovado pelo Conselho do Patrimônio. As obras estão previstas já para o ano que vem”, afirmou o presidente da Fundação Municipal de Cultura, Leônidas Oliveira.   O projeto de revitalização do espaço, anunciado no início deste ano, já foi encaminhado para aprovação da Secretaria de Regulação Urbana. “A proposta de uso para shopping popular nem passou pelo patrimônio cultural. É o que deveria ocorrer, mesmo apenas com o tombamento da fachada do imóvel”, explicou Oliveira.   Segundo informações dos locatários, o imóvel vai abrigar, a princípio, 42 boxes de lojas populares. Mas o número deve chegar a 92 em meados do ano que vem. “É uma região com comércio forte e detectamos a oportunidade de expandir o negócio. A ideia é levar o shopping popular também para outros bairros da cidade”, afirmou o proprietário do Xavantes, Leonardo Furman.   O valor do aluguel e o período de vigência do contrato são mantidos em sigilo. Até esta sexta-feira (13), 60% das lojas haviam sido vendidas e algumas delas, segundo o proprietário do shopping, já abrem na segunda-feira. Posteriormente, Furman não foi localizado para comentar o fato de o alvará de funcionamento ter sido indeferido.   “O problema não é ser um shopping, ou estacionamento ou igreja. O problema é deixar de ter o caráter cultural e histórico, marca do Cine Pathé. Por isso estamos pensando em uma solução para reverter a situação”, afirmou o coordenador do Conselho da Câmara dos Dirigente Lojistas (CDL) na Savassi, Alessandro Runcini. A definição pela revitalização do espaço ainda traria mais movimento ao comércio.   “Entendemos que o caráter cultural é fundamental para o retorno desse consumidor, que foi afugentado pelas obras e retirada das secretarias do governo do Estado”, observou o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de BH (Sindilojas), Nadim Donato Filho.

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