Sistema de segurança do Move inibe assalto a ônibus na capital

Renata Galdino - Hoje em Dia
29/08/2014 às 08:13.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:59
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

Com a implantação do BRT/Move na capital mineira, o número de assaltos a coletivos pode vir a diminuir. É o que esperam trabalhadores do sistema, donos de empresas de ônibus e a própria polícia.

Para eles, a cobrança da passagem nas bilheterias das estações e o monitoramento eletrônico com câmeras modernas nas plataformas e nos veículos ajudam a inibir a ação dos criminosos.

De janeiro a junho deste ano, de acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), foram 432 ocorrências de furto e roubo em ônibus – média de três casos por dia. Em sua maioria, o dinheiro e os produtos roubados são usados pelos bandidos para conseguir drogas.

"É um assalto fácil, de ação rápida e lucrativo. O sistema de segurança do Move o torna mais arriscado”, diz a delegada Nicole Perim, de Vespasiano, na Grande BH.

Como os ladrões preferem linhas que ofereçam rota fácil de fuga, as estações são empecilhos para eles. Nestes moldes, segundo o diretor-financeiro do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de BH e Região, Denilson Dorneles, as linhas da capital mais visadas são as que passam pelos bairros Pindorama (Noroeste), Boa Vista (Leste), Paulo VI e Ribeiro de Abreu (Norte), onde existe parte de rodovias.

A situação, porém, pode permanecer a mesma para as linhas que não foram incorporadas ao novo modal, como a da cobradora T.S., de 25 anos. Há uma semana, ela e o motorista foram abordados por dois homens, um deles armado, no ponto final onde trabalham, no bairro São Geraldo (Leste). Foram roubados um celular e R$ 78.

Após o episódio, alerta máximo no ônibus. “Meu coração dispara se entra alguém de bermuda, chinelo, boné e blusa de moleton”, conta a cobradora. Já a pedagoga Jussara Cristina João, de 42 anos, adotou novos hábitos após ser assaltada duas vezes. “Não tiro o celular no ônibus e observo os passageiros”, contou.

Levantamento extraoficial do Sindicato dos Rodoviários revela que o número de assaltos é bem maior que os divulgados pela Seds. “Muitos trabalhadores desistem de registrar a ocorrência porque são orientados pela empresa a não interromperem a viagem, mesmo depois de assaltados”, comentou Denilson. A entidade estima cerca de 170 casos por mês, sendo 80% deles na capital.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte e a Polícia Militar foram procurados pelo Hoje em Dia, mas não se pronunciaram.

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