(Cinthya Oliveira)
O hospital Sofia Feldman dá mais um passo importante no trabalho de humanização no tratamento de bebês recém-nascidos. Na manhã desta quinta (22), a maior maternidade do país inaugurou o seu Banco de Leite Humano, a dois quarteirões da sede, no bairro Tupi, região Norte de Belo Horizonte.
Com a nova estrutura, todo o leite arrecadado por meio de doação poderá ser pasteurizado ali mesmo e usado para alimentar bebês prematuros ou doentes, internados na instituição. Antes, o Sofia Feldman funcionava como um posto de coleta de leite e o material era enviado para a maternidade municipal Odete Valadares, onde era pasteurizado. Mas somente 50% do material retornava ao Sofia e nem todos os bebês podiam ser beneficiados.
De acordo com a enfermeira-obstetra Cintia Ribeiro, coordenadora do Banco de Leite Humano do Sofia Feldman, cerca de 80 litros de leite são arrecadados por mês na instituição. A instituição espera não só usar todo esse volume para alimentar os bebês, como também ampliar o número de mães doadoras – hoje de 49 mulheres.
“Nossa meta é oferecer leite humano pasteurizado para todas as crianças internadas na UTI da maternidade e reduzir o uso da fórmula”, afirma Cintia. Além do benefício de saúde para os bebês, o leite humano também significa uma redução de custos para o hospital, que gasta cerca de R$ 12 mil por mês com a compra de leite em pó específico para recém-nascidos.
Para que o banco de leite materno pudesse ser colocado em prática, o hospital contou com uma verba de R$ 100 mil da Secretaria de Estado da Saúde para a compra do maquinário. Colaboradores foram importantes para que o mobiliário fosse comprado e o imóvel pudesse ser adaptado para a realização da coleta. O banco foi montado na mesma casa onde funciona a creche que acolhe filhos das funcionárias lactantes do hospital.
O prefeito Alexandre Kalil e a primeira-dama Ana Laender foram convidados a participar da inauguração do espaço. Para a plateia presente no auditório do hospital, ele disse que essa, sim, é uma verdadeira grande obra, até mais importante do que construção de viadutos. “Se há 30 anos se entendesse que essa é uma grande obra, poderíamos ter uma vida melhor, mais humana para todos”, afirmou.
Em março deste ano, a Prefeitura de Belo Horizonte adiantou repasse de verba no valor de R$ 5 milhões para o Sofia Feldman, para que a instituição pudesse pagar fornecedores e salários atrasados. O hospital é filantrópico e 100% ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS).
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