Apesar de não existirem dados exatos, estima-se que a Região Metropolitana de Belo Horizonte gere de 1,5 milhão a 2,7 milhões de toneladas de resíduos da construção civil por ano. Deste total, apenas 45 mil toneladas são recicladas.
“Não se tem controle para onde vai o restante. Pode estar sendo jogado em córregos, encostas, provocando deslizamento quando chove. Pode ser lançado em beira de estrada, depósitos clandestinos”, diz a diretora da Agência de Desenvolvimento da RMBH, Flávia Mourão.
Para tentar controlar este problema, o órgão coordena a elaboração do Plano Metropolitano de Resíduos, com foco em Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) e Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV). A previsão é a de que ele fique pronto no final de novembro. Porém, este será apenas o ponto de partida, já que a construção de usinas, unidades de coleta e outras ações ainda devem demorar. “O plano é um processo. Ele vai fazer um diagnóstico da situação, indicar alternativas de solução e um cronograma de ações”, explica Flávia.
Segundo ela, a proposta é incentivar a iniciativa privada a construir as usinas para destinação adequada tanto do resíduo da construção civil quanto hospitalar. “Vamos criar condições para que as empresas se instalem em locais apropriados, para atender toda a região metropolitana”.
Ela destaca que a responsabilidade pela destinação correta destes materiais é das empresas produtoras. Porém, os municípios devem fiscalizar e, segundo o plano, isso se dará de forma integrada. O documento começou a ser elaborado em 2014 com recursos a fundo perdido do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), num total de US$ 700 mil.