"Sopão no Lourdes" é organizado em repúdio à decisão de associação contra mendigos

Tabata Martins - Hoje em Dia
03/10/2013 às 15:28.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:01

Mais uma vez, os belo-horizontinos estão fazendo uso do Facebook para organizar novo protesto na capital mineira. Desta vez, a ação, intitulada de "Sopão no Lourdes - Convide um mendigo e celebre" é em prol dos andarilhos que vivem nas ruas do tradicional bairro de Lourdes, na região Centro-Sul.   Por meio de um evento criado na rede social, o "Piquenique Solidário em Lourdes", integrantes da comunidade "Mendigação" planejam promover o ato em repúdio à uma decisão da Associação dos Moradores do Bairro de Lourdes (Amalou). A entidade orientou os moradores e comerciantes de Lourdes para não facilitarem a vida dos moradores de rua, dando comida e ou agasalhos a eles. O presidente da associação, Jeferson Rios, divulgou à imprensa que foram instalados mais esguichos de água na Praça Marília de Dirceu e que, normalmente, eles são ligados exatamente no momento que os mendigos estão no local.   O evento foi criado nesta quinta-feira (3) e, até o momento desta publicação, quase 500 pessoas já haviam confirmado presença no "Sopão no Lourdes". A ideia é que, em 12 de outubro, Dia das Crianças, os participantes levem uma sopa em "potinhos, garrafinhas ou panelas" e todos compartilhem com quem estiver na Praça Marília de Dirceu. Além disso, é sugerido que todos convidem um mendigo para fazer parte da manifestação.   Confira o texto convite do evento na íntegra:   "Em Lourdes, o Dia das Crianças será marcado por uma confraternização entre TODOS os que se importam com o problema em questão. Em resposta às medidas acatadas pelos moradores e comerciantes do bairro de Lourdes, faremos um grande Piquenique solidário e compartilharemos nossos alimentos com os mendigos exilados, assim como agasalhos e cobertores, aproveitando a oportunidade para enriquecermos o debate com os próprios moradores de rua.   Faça a sua cestinha de comilanças e a compartilhe com a população de rua! Fazemos o convite para que a população se abra à discussão do problema e principalmente, que ouça a voz dos excluídos, construindo assim uma consciência crítica embasada em sua própria consciência construída por meio de uma vivência e não pelo senso comum.   Vamos humanizar a praça Marília de Dirceu, ela é de todo mundo! Traga aquela blusa de frio encostada no armário que você não usa mais e aquele cobertor esquecido. Traga também sua roupa de banho. Se acionarem os esguichos contra o povo, vamos humanizar mais uma vez e fazer da intimidação um momento de lazer. Onde há exclusão haverá acolhimento, e a trilha do nosso movimento será o carnaval, festa democrática do povo e para o povo".

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