Atendendo a um pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu suspender o adiamento do depoimento do deputado federal Aécio Neves (PSDB) no inquérito referente a supostas irregularidades na construção da Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas.

O depoimento estava agendado para o dia 12 de agosto, mas não aconteceu porque, na data anterior, o ministro havia atendido a um pedido da defesa do deputado, que alegava não ter tido acesso a documentos levantados a partir de delações premiadas. Além de Aécio, outras 11 pessoas foram indiciadas por corrupção. 

Na nova decisão, Moraes permite que o depoimento seja remarcado, mas determina que o deputado seja ouvido após o acesso integral da defesa às declarações de delatores relacionados às construtoras que participaram da construção da Cidade Administrativa, realizada na época em que Aécio Neves era governador de Minas.

De acordo com Alberto Zacharias Toron, advogado do deputado, o pedido para ser ouvido no inquérito partiu do próprio político. “A defesa se limitou a requerer que fosse assegurado ao parlamentar o mesmo direito garantido a todo cidadão de ter conhecimento das acusações que lhe são feitas antes de prestar esses esclarecimentos”, disse. O deputado nega qualquer irregularidade. 

Para o advogado, a decisão do ministro Alexandre de Moraes confirma a informação dada pela Defesa de que estão faltando documentos importantes no inquérito. A defesa espera que tais documentos sejam localizados e posteriormente anexados ao inquérito. 

Procurado pela reportagem, o MPMG ainda não se manifestou sobre o assunto.

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