Sucesso no WhatsApp, rede de proteção é expandida

Letícia Alves - Hoje em Dia
21/11/2014 às 07:34.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:06
 (Eugênio Moraes/Hoje em Dia )

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia )

Os resultados positivos da Rede de Comerciantes Protegidos na Savassi, criada há um mês, já faz companhias da Polícia Militar (PM) e lojistas de outros bairros avaliarem a utilização do sistema. O uso do WhatsApp na prevenção de crimes já está em fase de implantação no Barro Preto e no hipercentro da capital.    O aplicativo e outras tecnologias como aliados da segurança pública vêm em resposta ao crescente número de roubos e furtos a estabelecimentos comerciais em BH. Entre janeiro e setembro deste ano, foram 3.252 furtos e 2.136 roubos, de acordo com a Polícia Militar.   Barro Preto   No Polo de Moda da capital, o sistema está em testes há duas semanas. O grupo, com cerca de 50 participantes, está em implantação por meio de uma parceria entre a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e a 5ª Companhia da PM. Mesmo com o pouco tempo, já há casos de alertas enviados pela rede.    Um deles partiu de Marco Polo Viriato, proprietário de uma loja de roupas infantis na avenida Augusto de Lima. Ele enviou a foto de um homem que estaria aplicando golpes financeiros nos estabelecimentos. Depois do ocorrido, em outro local, também foi feito um vídeo do suspeito. “Informação é segurança. Quem está no grupo tem acesso a tudo que acontece aqui. Está funcionando super bem”, destacou o empresário.    E o aplicativo é apenas a primeira ferramenta adotada no bairro. Ainda serão instaladas campainhas e sirenes com acionamento remoto e placas de identificação da rede nas fachadas das lojas. “Acreditamos nessa rede. A segurança depende também de como a comunidade está disposta a contribuir”, destacou a major Elizangela Aldrin, responsável pelo Barro Preto.   HIPERCENTRO   Na área de maior movimento de pessoas da capital, o sistema já funciona na Praça Sete e deve ser expandido para outras áreas no próximo mês. A instalação inicial foi feita para avaliar a utilização do aplicativo, segundo o major Roberto Campolina, responsável pela região.    Para levar a rede para mais lojistas, será preciso criar mais grupos, já que o aplicativo limita em 100 o número de integrantes. “Vamos fazer subsetores com um coordenador dos lojistas e policiais”, afirmou o major.    Onde já foi implantado, a avaliação é positiva. No restaurante de Antônio Câmara Dias Ribeiro, na rua Rio de Janeiro, há menos de uma semana, dois homens suspeitos que circulavam na região foram presos, graças a uma mensagem enviada pelo aplicativo. “Ajuda muito. A polícia tem agido de imediato”, disse.   Aplicativos    O coordenador do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos da Universidade do Paraná, Pedro Bodê, enfatiza que o uso de aplicativos funciona como reforço à segurança. Porém, acredita que a comunicação deve ser baseada na solidariedade e não no vigilantismo. “É interessante quando as pessoas se unem para melhorar a segurança, mas é preciso cuidado para não transgredir a lei. O cidadão que participa do grupo não pode começar a agir por conta própria”, afirma.    Outra questão apontada por Bodê é o efetivo das polícias, que precisa ser suficiente para atender aos chamados. “Na capital do Paraná, Curitiba, por exemplo, houve uma experiência parecida que não funcionou por falta de policiais”, ressaltou.   Lourdes e Santo Agostinho também terão rede de proteção   No Lourdes, o cadastramento dos comerciantes deve terminar até o fim deste mês. O sistema de monitoramento contará com o apoio da Associação Comunitária da Praça Marília de Dirceu e Adjacências do bairro de Lourdes (Amalou) e da Associação dos Moradores do Bairro de Lourdes (Pró-Lourdes).    “Acho que pode ajudar a alertar, mas é preciso muito bom senso para não virar bagunça”, avaliou a assistente online de uma loja de roupas no Lourdes, Moyra Lira.    O Santo Agostinho também terá o sistema como aliado na segurança, segundo a major Elizangela Aldrin, responsável pelo bairro. O cadastramento das lojistas já está em andamento.    Na loja de Roberto Nilton de Matos Moura, na avenida Francisco Sá, o aplicativo será muito bem-vindo. “Acredito que vai ser bom. Aqui nunca teve assalto, mas tudo que venha para dar mais segurança é positivo”.    Até o próximo mês, o grupo no Santo Agostinho deve entrar em operação, segundo o presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública 5 (Consep 5), Jonisio Lustosa. “É uma ferramenta boa e trará resultados. Considero um grande avanço para a segurança na cidade”, apontou.

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