Sul de Minas desenvolve tecnologias para reabilitação de pacientes

Margarida Hallacoc - Hoje em Dia
22/04/2013 às 07:14.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:01

Ver-se novamente de pé, poder dar alguns passos, ainda que cambaleantes. O feito, corriqueiro para a maioria, é uma espécie de milagre para o cadeirante Tiago Rodrigo Gregório, que ficou paraplégico após sofrer um acidente de moto. Ele é um dos voluntários do projeto do Elevador Ortostático Dinâmico, equipamento desenvolvido para pacientes com paralisias diversas e lesão medular.

O aparelho, que possibilita a reeducação da marcha, ganho de força muscular, além de maior independência funcional, foi desenvolvido no Centro de Desenvolvimento e Transferência de Tecnologia Assistiva (CDTTA), do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), em Santa Rita do Sapucaí.

A cidade, de 40 mil habitantes, respira tecnologia. São 140 empresas do ramo, que fabricam 13 mil produtos diferentes. Com tanto domínio de conhecimento, o município “exporta” as criações nascidas nos laboratórios de escolas e empresas.

O centro de desenvolvimento, por exemplo, é uma espécie de berçário dessas criações e vai materializando, aos poucos, soluções tecnológi-cas pensadas por professores e alunos. Está localizado no campus do Inatel e reúne, em um mesmo ambiente, estudantes de engenharia, engenheiros, profissionais da saúde e pessoas com deficiência. Dessa interação surgem ideias e diversos equipamentos.


Estímulo

A fisioterapeuta e mestre em saúde coletiva Claudia Garcez foi quem idealizou o Elevador Ortostático Dinâmico. Segundo ela, o paciente é estimulado a realizar movimentos com as pernas, sem a ajuda de esteiras ou eletroestimulação. “Nosso corpo tenta compensar a deficiência chamando outras áreas para trabalhar, mas, para que isso aconteça, é preciso ter movimentos funcionais, concentração e motivação”, destaca a fisioterapeuta.

Os pacientes que participam das pesquisas complementam o tratamento com musculação e são acompanhados por uma equipe médica que registra a evolução de cada um. Resultados comprovados são o aumento da força muscular e da sensibilidade ao toque e à dor, além da maior independência e autonomia para realizar as tarefas do dia a dia, como sair da cadeira para a cama, ir ao banheiro e dirigir.

Voluntário na pesquisa do elevador, o cadeirante Tiago Rodrigues Gregório enumera os benefícios. “Hoje, consigo fazer a transferência da cadeira de rodas para o carro de forma independente e fico em pé no andador. Quando esse equipamento estiver no mercado, vai auxiliar muita gente”.

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