Uma confusão na fila do caixa de uma das unidades do supermercado Supernosso, em Belo Horizonte, entre o jogador de futebol Alessandro Nunes, na época contratado pelo Clube Atlético Mineiro, a esposa dele e outras duas clientes, rendeu ao atleta e à empresa um processo na Justiça por danos morais.
A Decminas foi condenada nesta terça-feira (16) a indenizar em R$ 3 mil a cada cliente autoras da ação, uma idosa e a filha, por não oferecer nenhum tipo de intervenção para coibir as agressões. A decisão é de segunda instância e não cabe recurso.
Mãe e filha também entraram, ainda em 2010, com uma ação contra o jogador e a esposa. Em 2011, as partes entraram em acordo e o processo foi arquivado no mesmo ano.
Conforme relato das autoras do processo, mãe e filha se encontravam na fila, quando um homem se aproximou com apenas dois produtos nas mãos. Este, era Alessandro. Segundo a autora, ela deixou que ele passasse na frente por conta do número de mercadoria que ele carregava. No entanto, em seguida, a esposa do ex-jogador apareceu com um carrinho cheio de compras.
A mulher idosa reclamou dizendo que a atitude era incorreta e foi chamada de "velha coroca", segundo os autos. E foi assim que o conflito se iniciou. A filha pediu que Alessandro não gritasse com a mãe dela e teria recebido a resposta da esposa de Alessandro, que jogou um pacote no rosto da moça. Ainda conforme o processo, Alessandro Nunes, que na época jogava no Atletico, teria dado um tapa na orelha da mulher.
O supermercado já teria sido condenado em primeira instância, mas recorreu alegando que não tinha responsabilidades sobre as agressões que envolviam terceiros e que os fiscais da empresa não teriam visto a confusão. No entanto, por ter sido solicitado fora do prazo, a desembargadora relatora do processo, não aceitou o pedido e manteve a decisão da primeira instância.
Foi considerado o valor arbitrado em primeira instância como suficiente para reparar os danos morais sofridos pelas mulheres.
Alessandro Nunes, hoje com 33 anos, é um atacante que começou sua carreira no América e logo se destacou, chamando a atenção do futebol europeu. Após uma rápida passagem pelo Feyenoord-HOL, foi negociado com o Fluminense, emprestado ao Flamengo, passou pela Bélgica, Juventude, Vasco e Ipatinga, até se transferir para o Japão. Chegou ao Cruzeiro em 2009, mas após ser retirado do ônibus de jogo pelo então treinador Adilson Batista, assinou com o Atlético. Voltou ao Ipatinga e, após três temporadas no América, voltou ao Japão. Seu último clube foi o Bahia.
* Colaborou Álvaro Castro