Surto: Sete Lagoas registra 461 casos de diarreia em 7 dias

Renata Evangelista - Hoje em Dia
15/10/2013 às 16:31.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:21

Sete Lagoas, na Grande BH, registrou 461 casos de diarreia na semana passada. O número representa média de 66 notificações por dia. Desde setembro, quando teve início o surto da doença no município, foram contabilizados 2.995 casos. Os dados são da Secretaria de Saúde da cidade, que classificou a situação como sendo de alerta. Para tentar barrar os casos da doença no município, a prefeitura adotou algumas medidas com o intuito de alertar a população. Por isso, panfletos sobre como combater o problema estão sendo distribuídos e carros de som estão circulando nas ruas. Além disso, segundo a Secretaria de Saúde, o município não está medindo esforços para combater a falta e abastecimento de água tratada. O objetivo é evitar a proliferação de microrganismos que causam males à saúde.   Segundo o Ministério da Saúde, a diarreia é caracterizada pelo aumento do número de evacuações. Em alguns casos, há presença de muco e sangue, acompanhada de náusea, vômito, febre e dor abdominal. No geral, a doença tem duração entre 2 a 14 dias. A enfermidade pode ser transmitida pela ingestão de água e alimentos contaminados, além do contato com objetos infectados, e ainda de pessoa a pessoa ou no contato com animais.

Cuidado   Elizabeth Campos de Andrade, pediatra e professora do departamento materno infantil da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), alerta que a substância que apresenta melhores resultados no tratamento da diarreia é a Nitazoxanida. “Até a aprovação dela no Brasil, não contávamos com nenhuma medicação específica para combater a doença. A terapia consistia apenas na reidratação oral ou venosa”, explica. A especialista alerta que a Nitazoxanida não substitui a hidratação, porém é eficaz no tratamento da rotavirose, diminuindo a duração dos sintomas. A substância pode ser encontrada em qualquer farmácia.    Enquanto isso, a recomendação para a população, segundo a especialista, é utilizar água mineral, filtrar ou ferver a água fornecida. “Se a água apresentar cor e cheiro, não pode ser consumida. Outra opção é usar uma solução de hipoclorito de sódio (2,5%), encontrada em centros de saúde. A indicação é diluir duas gotas da solução em um litro de água e esperar 30 minutos para eliminar as bactérias. O cuidado também deve ser tomado com a água entregue pelos caminhões-pipas, pois durante o transporte ela pode ser contaminada”, acrescenta.   Dicas para prevenção da transmissão:   - Lavar constantemente as mãos com água e sabão (ao chegar em casa, antes e após usar o banheiro, antes de alimentar ou preparar alimentos, após a troca de fraldas dos bebes); - Lavar e desinfetar os alimentos, principalmente frutas, legumes e verduras (após lavá-los, mergulhá-los durante 30 minutos em uma solução preparada com uma colher de sopa de água sanitária para cada litro de água);  - Em locais com suspeita de problemas ou acidentes no sistema de água, ferver a água a ser consumida (ferver a água por 5 a 10 minutos após o levantamento das bolhas, deixar esfriar e despejar em garrafas, de preferência de vidro, já previamente desinfetadas e em seguida colocar as garrafas na geladeira, pois a refrigeração perde-se o gosto de “água fervida”); - Lavar a caixa d’água de 6 em 6 meses; - Cuidado com água mineral falsa e de fontes e marcas clandestinas, sorvetes não industrializados, sucos e outros produtos de origem desconhecida; - Pessoas com diarreia e até a plena recuperação não devem preparar alimentos que serão consumidos por outras pessoas, pois pode haver a contaminação dos mesmos com a transmissão da doença; - Mantenha sempre limpo e desinfetado os sanitários.

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