Suspeita de matar grávida para roubar bebê conseguiu registrar a criança

Hoje em Dia*
02/07/2015 às 10:59.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:44
 (Facebook / Reprodução)

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A mulher que confessou ter matado a grávida Patrícia Xavier da Silva, de 21 anos, para roubar o bebê, conseguiu registrar a criança como se fosse dela. Conforme a Polícia Civil, Gilmária Silva Patrocínio procurou o cartório de Ponte Nova, na Zona da Mata mineira, no dia 29 de junho e informou que o menino, que recebeu o nome de João Victor Patrocínio da Silva, havia nascido no dia 26 do mesmo mês.   Nesta quinta-feira (2), o delegado Silvério Rocha continua as investigações sobre a participação de mais pessoas no assassinato, que aconteceu com requintes de crueldade. Na quarta-feira a Polícia Civil fez a reconstituição do caso, de acordo informações fornecidas por Gilmária Silva Patrocínio, que confessou o crime.   Conforme o delegado, um andarilho que "mora" próximo ao local onde o corpo de Patrícia foi encontrado está preso. Segundo Rocha, o homem teria dito que viu "mais de duas pessoas carregarem o corpo". O policial explicou ainda que vai aguardar a conclusão dos laudos da necropsia e da perícia no local do crime.   De acordo com o policial, novos depoimentos devem ser colhidos ainda nesta quinta. A princípio ele quer descobrir se a mulher que confessou o crime teria conhecimento "médico" ou teve ajuda de alguém que teria.   “Uma das questões levantadas é se Gilmária tinha conhecimento técnico para fazer tudo isso sozinha, inclusive fazer a cesárea improvisada. Ainda vamos confirmar se houve a participação, ou não, de mais pessoas”, afirmou.


Presa em cela separada
 
A suspeita Gilmária Silva Patrocínio está detida em uma cela separada no presídio de Ponte Nova. A prisão temporária é de 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30. Um morador de rua de 39 anos, que morava no mesmo imóvel abandonado, onde o corpo da grávida foi encontrado, também está preso.
 
Reconstituição
 
Gilmária Silva Patrocínio confessou ter matado a jovem nesta quarta. Ela afirmou ter feito tudo sozinha. O motivo seria para simular a própria gravidez, uma vez que tinha medo de perder o atual companheiro.
 
Na reconstituição, a suspeita contou que já conhecia a vítima e a atraiu com a promessa de dar presentes para o bebê. Ao chegar ao local, na Fazenda Estivas, a mulher bateu com um pedaço de madeira em Patrícia, que ficou desacordada. Em um imóvel abandonado, Gilmária amarrou a vítima e fez os cortes com uma gilete para retirar a criança e depois enrolou na placenta.
 
Após o fato, a mulher foi para casa em um táxi. Gilmária ligou para o marido, que orientou a mulher a chamar o Corpo de Bombeiros, comunicando o parto. Os militares foram ao local e encaminharam a suspeita para um hospital, onde foi constatado que ela não teria condições de dar a luz, uma vez que tinha feito ligadura das trompas. A partir daí, os médicos desconfiaram dela e chamaram a polícia.
 
De acordo com a Polícia Civil, Gilmária acabou assumindo a ação depois de ser confrontada pelos investigadores. Ela teria apresentado diversas versões para o caso, o que resultou em mais desconfianças sobre o envolvimento dela.
 

Local onde a polícia localizou alimentos, água e uma gilete, que teria sido usada para abrir a barriga de Patrícia (Foto: Diego Siman/Listão de Ponte Nova/Divulgação)



Descoberta
 
O corpo de Patrícia Xavier da Silva, de 21 anos, foi encontrado nesta terça-feira (29) em uma mata na Fazenda da Estiva, na zona rural de Ponte Nova. A vítima estava amordaçada e com os pés e mãos amarrados. Ela tinha um corte profundo na barriga e o bebê da vítima desapareceu.
 
Patrícia estava grávida de oito meses e desaparecida desde a última sexta-feira (26), quando foi consultar no hospital da cidade. Imagens das câmeras de segurança da instituição de saúde mostram ela entrando e saído do hospital sozinha.

 

Atualizada às 13h

*Com informações de Danilo Emerich

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