Suspeito de jogar óleo quente em jovem é preso; homem se passava por mulher em aplicativos

Clara Mariz
@clara_mariz
24/11/2021 às 18:44.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:19
 (Polícia Civil/Divulgação)

(Polícia Civil/Divulgação)

Um homem de 25 anos suspeito de se passar por mulher em aplicativos de relacionamento para cometer crimes foi preso nesta quarta-feira (24) em Venda Nova. De acordo com a Polícia Civil de Minas Gerais (PC), no dia 30 de outubro, ele teria jogado óleo quente em uma das vítimas, um homem de 22 anos, que ainda está internado em estado grave com queimaduras pelo corpo.

Além da prisão preventiva, a polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão de celulares que podem ter sido utilizados pelo suspeito para cometer os crimes. A PC informa que ele será investigado por tentativa de homicídio, danos qualificados, ameaças e coações a testemunha e à vítima.

No último domingo (21), o homem já havia sido preso em flagrante após ameaçar e constranger os familiares do rapaz que foi queimado por ele. O suspeito também tentou entrar no hospital onde a vítima segue em observação. Segundo a Polícia Civil, no mesmo dia, ele também danificou e pichou o veículo e o portão da casa do jovem de 22 anos.

Mais vítimas 

Desde que começou a investigar o caso, a PC afirma já ter identificado outra possível vítima do mesmo suspeito. A pessoa não chegou a ser atacada, mas as informações contidas em seu depoimento são semelhantes às apresentadas pelo rapaz que sofreu as queimaduras.

Conforme as apurações da polícia, para chegar às vítimas, o suspeito criou um perfil falso num aplicativo de relacionamento e utilizou fotos de mulheres, com o objetivo de chamar a atenção de outros homens para uma possível relação homoafetiva.  Em seu testemunho, a primeira vítima, que está internada, disse que achou estranho a suposta mulher não conversar por áudio ou vídeo, e que ao ser questionada, ela afirmava que tinha uma família muito rígida, que a monitorava constantemente.

Durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (24), o delegado do caso, José Olegário de Oliveira, revelou que a partir do momento em que a vítima questionou o suspeito sobre o motivo de não usar mensagens de voz, o homem, ainda por meio do perfil falso, se apresentou como alguém que poderia servir de intermediário para que o jovem conseguisse um encontro com a suposta mulher.

Ataque 

Com as declarações da vítima, a Polícia Civil montou uma possível linha do tempo do dia do ataque. Segundo as investigações, após o jovem adquirir mais confiança, o suspeito ligou pedindo que ele o ajudasse numa mudança em sua casa, no bairro Trevo, na região da Pampulha.

Ao chegar no prédio, a vítima encontrou a porta aberta e seguiu para dentro do apartamento. De acordo com os relatos, assim que entrou no local, o investigado o trancou dentro da cozinha. O rapaz afirma que, em seguida, perguntou pela mulher com quem conversava no aplicativo e, após uma discussão, o suspeito pegou uma jarra de óleo fervente e jogou contra o rosto do jovem.

Ainda de acordo com a polícia, o rapaz teve queimaduras de segundo grau na face, no pescoço, no ombro, no peito e nas mãos. Por correr risco de infecção, ele foi enfaixado da cintura até o topo da cabeça.

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