Apesar da queda na taxa de transmissão, tendência ainda é de crescimento da Covid-19 em Minas

Anderson Rocha
arocha@hojeemdia.com.br
01/06/2020 às 15:36.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:39
 (Reprodução/ Facebook)

(Reprodução/ Facebook)

A taxa de transmissão da Covid-19 em Minas, que era de 3,5 a 4 no meio de março, desacelerou e está em 1,42 nesta segunda-feira (1º), informou a Secretaria de Estado de Saúde (SES). Isso ignifica que uma pessoa doente tem o potencial de contaminar mais 1,42 pessoas. Apesar da redução na taxa de contágio em relação ao início da pandemia, a pasta reforçou que o atual valor - embora melhor que antes - ainda significa que os casos estão crescendo.

E, infelizmente, é o que tem se visto nas estatísticas: o número de casos avançou 53% em apenas uma semana, chegando a 10.670 nesta segunda, e 48 novas mortes foram registradas no mesmo período de sete dias. O pico da pandemia está previsto para meados de julho.

De acordo com o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, a taxa R (ou R0) atual - ou seja, o potencial de propagação do vírus - é menor, mas "há uma tendência de crescimento da epidemia no Estado", embora não tão exponencial quanto anteriormente.

"Se você tem uma pessoa que propaga para uma outra pessoa, nós mantemos o nível de transmissão, talvez como se fosse um 'banho-maria'. Já se nós temos uma pessoa que transmite para menos de uma pessoa, nós entendemos que essa epidemia está em fase de remissão, ela está 'desaquecendo'. Já, por outro lado, se uma pessoa transmite para mais de uma pessoa, nós entendemos que há uma tendência de crescimento", explicou o gestor.

A taxa atual, segundo Carlos, está pior do que a do início de maio, "mas se formos comparar ao meio de março, quando nós tivemos o início do isolamento, naquele momento nós tinhamos uma pessoa transmitindo para 3,5 a quatro pessoas. Então, efetivamente, nós tivemos um decréscimo muito grande da transmissão", disse.

Diante do crescimento da pandemia, a SES informou que acompanha os dados de confirmação por macrorregião. Dessa forma, aquelas que apresentam uma tendência de ter um R0 maior, são contatadas para que o isolamento seja reforçado. 

Segundo Amaral, o isolamento e o distanciamento sociais continuam sendo as principais medidas de controle da pandemia. "Se não tivermos esse isolamento, não tem como a capacidade instalada de nenhum serviço de saúde dar conta da epidemia. Em Minas, para que todo o esforço que fizemos tenha o seu resultado adequado, volto a conclamar para se manter o máximo de isolamento possível pois isso trará benefício a todos", afirmou.

Surtos no inteiror

O secretário de Saúde também informou sobre o acompanhamento que a SES faz sobre surtos em cidades do interior de Minas. Segundo ele, em situações onde há adensamento, alojamento conjunto, pessoas asiladas ou em presídios, há um risco maior de transmissão e de surgimento de surtos.

Nesses casos, a SES recomenda imediatamente o isolamento exemplar. Ou seja, "efetivamente todas as pessoas envolvidas nesse surto devem ser isoladas, devem ser testadas. Isso faz parte dos grupos de testagem mais ampla que nós adotamos", explicou.

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