Taxistas de BH declaram luto e Uber afaga clientela

Letícia Alves - Hoje em Dia
25/07/2015 às 08:20.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:04
 (Eugênio Moraes e Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes e Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Taxistas da capital mineira irão unir forças com profissionais de outras grandes cidades brasileiras para tentar barrar o aplicativo Uber, que conecta motoristas particulares e usuários. Uma reunião com sindicatos dos municípios está prevista para agosto, segundo o Sindicato dos Taxistas de Belo Horizonte (Sincavir).   Nesta sexta-feira (24), permissionários da capital colocaram fitas pretas nos retrovisores dos veículos – um forma de demonstrar luto diante da indecisão das autoridades sobre o Uber. No mesmo dia, motoristas do aplicativo distribuíram picolés e kits promocionais.    Segundo o presidente do Sincavir, Ricardo Faedda, o objetivo da reunião é criar uma pauta única de reivindicações. “Para definir como vamos proceder daqui para frente, em âmbito nacional”.    As fitas colocadas nos veículos só serão retiradas quando um acordo for firmado. A categoria estima que mais de mil taxistas tenham aderido à manifestação. Nenhuma via pública foi fechada.   Outras capitais   No Rio de Janeiro, táxis fecharam, nesta sexta-feira, uma das pistas da avenida Presidente Vargas. Mais de 4 mil profissionais participaram do ato, de acordo com o Conselho Regional de Taxistas. Motoristas de São Paulo e de BH foram para lá apoiar o movimento.    Em resposta ao protesto, o aplicativo Uber ofereceu viagens de graça na cidade, de 7h às 19h. Cada usuário teve direito à duas corridas de até R$ 50 por percurso. No último dia 16, após vários casos de violência contra motoristas do aplicativo em BH, também foram oferecidas corridas grátis na capital mineira.    Diferencial   Enquanto taxistas protestavam, 20 motoristas do Uber distribuíram kits promocionais – contendo chinelo, imã de geladeira e óculos – e picolés em BH. A ação também aconteceu em São Paulo e Brasília.    Os brindes foram solicitados pelos usuários por meio do aplicativo. Motorista da plataforma, Eduardo Cerqueira, de 35 anos, distribuiu os produtos durante a ação. “Isso mostra que o Uber não é só transporte de passageiros”.    Eduardo concilia o trabalho de motorista com o de instrutor de voo. Para ele, uma boa resposta às manifestações de taxistas é tratar melhor o cliente. “Nossa preocupação é, exclusivamente, com o usuário. Vamos melhorar cada dia o nosso atendimento”.    Segundo a empresa responsável pelo Uber, os kits são ofertados anualmente e a ação dessa sexta-feira não se tratou de um embate às manifestações que acontecem no país.    No fim da tarde, a empresa emitiu nota informando que a demanda pelos kits em BH foi superada em 5.000%, e o estoque não foi suficiente para atender a todos os clientes. Também foi feito um pedido de desculpas.   Respostas    Um inquérito foi aberto pelo Ministério Público (MP) em janeiro deste ano para apurar o suposto transporte ilegal de passageiros pelo Uber. Segundo o MP, processo está em fase de apuração. A BHTrans informou que não irá comentar o assunto.

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