Taxistas legais investem na rota irregular entre BH e Sete Lagoas

Fernando Zuba - Do Hoje em Dia
14/01/2013 às 06:40.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:35
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

A fiscalização deficiente nas rodovias mineiras abre brechas para a atuação não apenas de ônibus e vans clandestinos. Taxistas que fazem a rota ilegal entre Belo Horizonte e Sete Lagoas, na região Central, ampliaram a “frota” em 60% nos últimos cinco anos. Em 2008, a “linha” operava com 50 carros. Hoje, estima-se que o número ultrapasse os 80.

No Centro da capital, próximo à rodoviária, um estacionamento funciona como ponto de embarque e desembarque. No local, taxistas de Sete Lagoas aliciam passageiros, oferecendo agilidade, comodidade e preço diferenciado.

Esses motoristas têm permissão apenas para deixar os viajantes na capital, no entanto, entram na clandestinidade quando embarcam outros em BH rumo a Sete Lagoas. A infração é praticada há pelo menos13 anos, segundo informou um antigo usuário.
 
Viagem

Para confirmar a denúncia, a reportagem do Hoje em Dia embarcou em um dos táxis irregulares. O ponto de partida foi um estacionamento particular localizado na avenida Oiapoque, no Centro da capital.

Os 80 carros percorrem, a qualquer hora do dia, o trecho de aproximadamente 70 km entre as duas cidades. A maioria da frota é formada por minivans, como Zafira, com capacidade para sete pessoas. O passageiro paga R$ 14 pela corrida, que dura cerca de uma hora. O preço é inferior aos praticados pela empresa de ônibus legalizada, entre R$ 14,55 (semiurbano) e R$ 19,40 (leito).
 
Lucratividade
 
O sistema é organizado para driblar a fiscalização e garantir um alto faturamento ao taxista, em torno de R$ 7 mil mensais. Porém, oferece riscos. Na BR-040, a caminho de Sete Lagoas, o motorista dirige, na maior parte do percurso, a 120 Km/h, acima do limite da via. Como sabe onde estão os radares, ele diminui a aceleração ao cruzar com os equipamentos. De maneira imprudente, faz manobras e ultrapassagens perigosas.

Além disso, o taxista se comunica constantemente com outros motoristas pelo celular, com o objetivo de buscar informações sobre a existência de eventuais blitze.
 
Ainda de acordo com o taxista que atendeu à reportagem, cada motorista consegue fazer, por dia, quatro viagens. “A concorrência é grande e, por isso, a gente tem de acelerar. Nossos diferenciais são conforto, agilidade, disponibilidade e preço em conta. Temos uma clientela fidelizada”, afirma. Em Sete Lagoas, o ponto de embarque fica em frente à rodoviária.

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