Temendo ataques, taxistas de BH evitam a Pampulha e mudam rota para aeroporto

Milson Veloso - Hoje em Dia
26/06/2013 às 13:00.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:29

Os taxistas de Belo Horizonte se prepararam, ao longo dos últimos meses, para atender os turistas que visitam a capital mineira durante a Copa das Confederações. Porém, a onda de violência que marcou os protestos pacíficos na cidade nas últimas semanas, especialmente no último sábado (22), tem deixado os motoristas preocupados. Alguns deles estão deixando de trabalhar ou mudando a rotina.

As medidas são tomadas principalmente pelos taxistas que atendem a região Central da cidade e a Pampulha. Para chegar ao aeoroporto que fica na área, por exemplo, eles usam rotas alternativas, que seriam mais seguras. Os ônibus que levam passageiros ao terminal também passam por ruas paralelas à avenida Antônio Carlos para fugir dos protestos, mas não tiveram o quadro de horário alterado.

Paulo Melo, 36 anos, é um dos trabalhadores que mudaram o dia-a-dia. Por causa da ação dos vândalos, ele resolveu parar de trabalhar mais cedo nesta quarta-feira (26), quando ocorre o jogo entre Brasil e Uruguai, no Mineirão, pelas semifinais da competição. No ponto onde fica, em frente ao Conexão Aeroporto, outros taxistas dizem que estão apreensivos.

"Estou entregando o táxi no começo da tarde para evitar problemas", revela o trabalhador. Paulo explica que, no último sábado (22), passou por um grande susto ao ser abordado por um grupo no Centro de BH. "Eu estava na rua da Bahia com Afonso Pena quando eles começaram a sacudir meu carro e só pararam quando foram impedidos pelos manifestantes", revela.

Apenas no começo da manhã o motorista atendeu à Pampulha, mas teve dificuldades para levar os clientes. "Hoje têm muitos turistas na cidade. Fui levar alguns na Igreja São Francisco de Assis e foi um caos", complementa.

Além do medo de ataques, os taxistas reclamam que não houve alteração na forma de trabalho por causa do feriado desta quarta, decretado pela Prefeitura de Belo Horizonte, como acontece em outras datas. "BH está parada, é feriado e, mesmo assim, nós somos obrigados a rodar com a bandeira 1", diz.

Outro ponto apresentado pelos motoristas é a pouca rentabilidade na prestação do serviço para os torcedores que vão ao Mineirão. "Como há ônibus de graça atendendo esse público que vai aos jogos, a gente acabou prejudicado. Quem vai pagar cerca de R$ 30 no táxi se pode ir sem gastar nada?", questiona Paulo Melo.

Sobre a mudança da bandeira, a BHTrans informou que o feriado decretado pela PBH consta como serviço normal e não poderia ser alterado no calendário da categoria. Nenhum representante do sindicato da categoria foi encontrado para comentar o assunto.

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