'Temos grande preocupação de ter o retorno do sarampo e paralisia infantil', diz gestora estadual

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
05/10/2021 às 08:09.
Atualizado em 05/12/2021 às 06:00
 (Arquivo Agência Brasil)

(Arquivo Agência Brasil)

Mineiros que comparecerem aos postos de saúde para tomar a dose contra a Covid-19 já podem garantir, simultaneamente, outros imunizantes do calendário vacinal em atraso. Ontem, o intervalo de 14 dias entre as aplicações deixou de ser obrigatório no Estado. No mesmo dia, autoridades reforçaram o alerta para a baixa imunização contra outras doenças.

“Temos uma grande preocupação de ter o retorno de algumas doenças, como febre amarela, meningite, sarampo e paralisia infantil. Se não tivermos uma alta cobertura vacinal, há um risco”, afirmou a coordenadora do Programa Estadual de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), Josianne Dias Gusmão.

Países como Estados Unidos e Reino Unido também eliminaram o intervalo de 14 dias entre a vacina contra a Covid e outras doenças

A SES-MG só detalhou a cobertura vacinal de crianças menores de 1 ano – grupo que ainda não pode tomar a dose contra o coronavírus. Para este grupo, todas as 16 enfermidades apresentadas, entre elas a febre amarela e meningite, estão abaixo da meta estipulada pela pasta.
“Em 2017 e 2018, com as baixas coberturas vacinais, houve retorno de casos da febre amarela, além dos casos de sarampo, em 2019”, reforçou a gestora.

Intervalo

O fim do intervalo de 14 dias entre a dose contra a Covid e outras doenças foi informado por meio de uma nota técnica publicada pelo Ministério da Saúde, já está sendo seguida pelo Estado e Belo Horizonte.

Antes, a medida se dava pela necessidade de um monitoramento mais profundo do perfil de segurança do imunizante contra o coronavírus. Hoje, um alto volume de dados permite avaliações, possibilitando recomendar a administração simultânea. A mudança, baseada em estudos, agrada especialistas.

Mais de 690 mil doses contra Covid chegam a Minas hoje. São 324 mil imunizantes da Pfizer e 368 mil da AstraZeneca

“São vacinas seguras. Então, se acontecesse algo, daria para saber o que é. Mas era uma preocupação inicial que não se confirmou. É uma decisão acertada e acho que o movimento é natural, já era esperado”, considerou o infectologista e professor pesquisador da Santa Casa de BH, Alexandre Sampaio Moura.

Desde a semana passada, está em andamento a Campanha Nacional de Multivacina-ção. O objetivo é atualizar o cartão de vacina de adultos e crianças. A previsão é que o Dia D ocorra em 16 de outubro, um sábado

Recentemente, países como Estados Unidos e Reino Unido também optaram por atualizar as orientações referentes a coadministração das vacinas Covid-19 com as demais, para permitir a mesma prática.

“Não é algo que as pessoas precisam ficar com medo ou inseguras, os estudos já foram avaliados, essa atualização foi discutida na Câmara Técnica de Imunizações. Um grupo de especialistas atualizou todo o contexto para essa orientação”, acrescentou Josianne Dias Gusmão.

78% dos moradores de BH já tomaram a primeira dose da vacina contra a covid

Além disso:

Hoje, BH vacina contra a Covid adolescentes sem comorbidades, com 15 anos completados até 31 de outubro. Os jovens que irão tomar a primeira dose da Pfizer devem estar acompanhados dos pais ou responsáveis. É necessário levar o cartão de vacina, documento de identidade, CPF e comprovante de residência na capital mineira. A vacinação acontece das 7h30 às 17h nos pontos fixos, e das 8h às 16h30 no drive-thru. Não é necessário agendar. Amanhã, a metrópole aplica a segunda dose em pessoas de 42 anos e a terceira em idosos de 76. 

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