Terceiro abusador preso graças a botão de pânico

Mariana Durães e Cinthya Oliveira
23/01/2019 às 20:57.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:11
 (Mariana Durães)

(Mariana Durães)

Pela terceira vez desde que foi implantado, em 31 de outubro, o botão do pânico ajudou a deter mais um suspeito de assédio dentro dos ônibus em Belo Horizonte. Um idoso de 60 anos teria tirado o pênis da calça e se esfregado em uma mulher, de 33.

O caso foi registrado ontem na linha 50 (Estação Pampulha-Centro), por volta de 9h. Perto da região central, o motorista percebeu uma confusão na parte traseira do veículo e acionou o sistema. A partir dos dados do GPS, a Guarda Municipal interceptou o coletivo na rua Rio de Janeiro e prendeu o suspeito.

Dentro do ônibus, o idoso teria negado a acusação. Ele ainda debochou e chamou uma das testemunhas de “louca”. Porém, já na Delegacia de Mulheres, no Barro Preto, região Centro-Sul, teria confessado o crime. “Foi empolgação do momento”, afirmou. 

À reportagem do Hoje em Dia, o homem contou ser morador de Justinópolis, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Além disso, seria casado e pai de dois filhos.

A vítima contou que alguns passageiros quiseram bater no homem. Outros o seguraram para que ele não saltasse do veículo e houve quem o defendesse, alegando que a mulher estava de vestido curto

Constrangimento

Constrangida e sem reação. Foi assim que a vítima, que é servidora pública, disse ter ficado quando percebeu que estava sendo assediada. 

“A gente vê acontecendo com outras pessoas e nunca imagina com a gente. Só conseguia pensar: ‘isso está acontecendo comigo?’ É horrível”, desabafou.

A mulher contou que o ônibus estava cheio, e o suspeito e ela estavam em pé. “Senti algo nas costas, mas achei que era só a bolsa dele encostando porque estava muito apertado. Tentei afastá-lo umas duas vezes, até que um rapaz gritou para eu o repreender. Outra moça também me avisou o que estava acontecendo”.

Sem coragem

A servidora pública afirma que sequer sabia que o coletivo contava com um “botão do pânico” e que, se dependesse somente dela, não teria ido à delegacia. A Guarda Municipal e o apoio da testemunha a estimularam a fazer o boletim de ocorrência. 

A vítima contou, ainda, que alguns passageiros quiseram bater no homem. Outros o seguraram para que ele não saísse do veículo e houve quem o defendesse, alegando que a mulher estava de vestido curto. “Isso não justifica”, rebate.

Conforme a Guarda Municipal, o suspeito não tinha ficha criminal. No entanto, ele teria admitido que essa não era a primeira vez que assediava mulheres dentro de coletivos.

  

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por