Testemunha-chave do caso Bruno é escoltada até Dopcad em BH

Fernando Zuba e Ana Clara Otoni
28/08/2012 às 10:58.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:48
 (Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Arquivo Hoje em Dia)

O primo do ex-goleiro Bruno Fernandes, Jorge Luiz, de 19 anos, que era adolescente na época do desaparecimento da modelo Eliza Samúdio, foi encaminhado para a Delegacia de Orientação e Proteção a Criança e ao Adolescente (Dopcad), em Belo Horizonte, nesta terça-feira (28). Jorge é uma importante testemunha no caso e cumpre medida socioeducativa, desde o dia 6 de julho de 2010. A ida do jovem à delegacia ocorre no dia em que completa uma semana da morte de Sérgio Rosa Sales - que também era primo do goleiro e um dos réus do processo  no caso do desaparecimento e morte de Eliza. Além disso, no último domingo (26) o ex-motorista e amigo do jogador sofreu uma tentativa de homicídio. Ele foi baleado dentro de um bar, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Cleiton da Silva Gonçalves também deve ser ouvido ainda na manhã desta terça-feira (28) no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (D.H.P.P.), no bairro Lagoinha, na capital.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Seds) não soube informar a razão da ida de Jorge à delegacia. Ele chegou por volta das 10h20 em uma viatura do Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (Cia)  e escoltado por três viaturas do Comando de Operações Especiais do Sistema Prisional. Os policiais que faziam a escolta do primo do ex-goleiro Bruno estavam armados com metralhadoras .30 para garantir a segurança do jovem durante o translado. Ele pode ter ido até lá para participar de uma audiência de instrução, para pedir uma medida protetiva ou mesmo prestar depoimento.

Quem é Jorge Luiz?

Ele tinha 17 anos quando a ex-amante de Bruno Fernandes desapareceu. Na época, um tio dele denunciou a uma rádio do Rio de Janeiro  que o sobrinho estava escondido na casa do jogador no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro. Quando foi ouvido pela polícia, Jorge contou que Eliza foi assassinada de forma cruel. Ele contou, em depoimento, que ele e Macarrão foram até o Rio de Janeiro buscar Eliza e o filho para levá-los ao sítio do jogador em Esmeraldas (MG). Segundo ele, no caminho, Jorge deu três coronhadas na modelo, dentro do carro de Bruno, dando origem a manchas de sangue encontradas no veículo.

O primo do ex-goleiro Bruno contou ainda que Eliza teria sido levada no dia 10 de junho à casa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em Vespasiano, na Grande BH, onde teria sido assassinada. O adolescente teria visto Bola levar um saco para o canil, onde havia quatro rottweilers, e contou que viu o homem retirar a mão da Eliza do saco e a jogar aos cães. Ainda que ele tenha negado em depoimentos posteriores ter visto a morte de Eliza, o Jorge Luiz foi condenado no dia 9 de agosto pela participação no crime e cumpre medida socioeducativa de internação desde o dia 6 de julho de 2010.

Relembre o caso

O ex-goleiro Bruno, que seria amante de Eliza Samudio, é acusado de encomendar a morte da modelo. O atleta, o amigo dele, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, o primo Sérgio Rosa Sales e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, respondem aos crimes de homicídio triplamente qualificado, sequestro, cárcere privado e ocultação de cadáver.

Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, na época mulher do atleta; Wemerson Marques de Souza, o Coxinha; Elenílson Vítor da Silva, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do jogador, respondem pelos crimes de sequestro e cárcere privado. O julgamento que definirá o futuro dos acusados não tem previsão de ocorrer.

Eliza Samudio está desaparecida desde o dia 4 de junho de 2010, quando fez um último contato telefônico com uma amiga. Segundo a polícia, ela foi morta e teve seu corpo esquartejado. No entanto, os restos mortais da ex-modelo não foram localizados até hoje.

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