Testes de Covid-19 do Risoleta Neves serão refeitos após problemas, afirma Secretaria de Saúde

Anderson Rocha
@rochaandis
15/04/2020 às 19:09.
Atualizado em 27/10/2021 às 03:17
 (Reprodução/ Instagram)

(Reprodução/ Instagram)

O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, informou, na tarde desta quarta-feira (15), que todos os testes para a Covid-19 feitos em profissionais do Hospital Risoleta Neves, localizado na região Norte de Belo Horizonte, apresentaram problemas e serão refeitos. Nesta manhã, funcionários do centro médico relataram ao Hoje em Dia que pelo menos 15% do quadro está infectado no local.

Além disso, o gestor comentou sobre as gratificações dadas a médicos, que geraram polêmica entre outros servidores da saúde, e relembrou a importância do isolamento social. As declarações foram dadas durante coletiva de imprensa transmitida pela internet na tarde desta quarta, liderada por Carlos e acompanhada pelo Secretário de Estado Adjunto de Saúde, Luiz Marcelo Cabral Tavares.

O principal assunto em pauta foi a segurança dos profissionais de saúde da rede pública de Minas diante do combate à Covid-19. Carlos Eduardo relembrou que a maior parte dos hospitais de Minas é gerenciada pelo próprio Estado, por meio da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais, a Fhemig, incluindo ainda uma minoria de entidades filantrópicas, como é o caso do Risoleta Neves.

O Risoleta está no centro da polêmica. Na manhã desta quarta, funcionários relataram que o número de contaminados pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) subiu de duas para 50 pessoas. De acordo com Amaral, foram identificados "problemas" nos testes realizados nos profissionais desse hospital e, portanto, eles serão refeitos. O gestor não informou quando sairão os resultados dos novos exames.

Apesar disso, Amaral divulgou o número de infectados na rede da Fhemig, que abrange todo o Estado. No momento, são três pessoas confirmadas para a Covid-19, "sendo que foram afastadas e não são casos complicados", afirmou o secretário de saúde. Em seguida, vêm cinco casos em investigação e outros 63 servidores com síndrome gripal, que não têm confirmação para a enfermidade, mas também foram liberados do serviço.

"Em relação às medidas para garantir a segurança desses profissionais, elas estão diretamente relacionadas à padronização assistencial, que enquanto Secretaria de Estado de Saúde (SES), orientamos tanto a rede direta, da Fhemig, quanto às demais prestadoras, que são filantrópicas em grande maioria, ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI's)", explicou Amaral.

Além disso, o gestor afirmou que existe uma rotina de acompanhamento por um período maior aos profissionais de saúde que estão em contato direto com pessoas com a Covid-19. "Aqueles que estão acima de 60 anos foram afastados e os demais são acompanhados. Todo o profissional de saúde que tem um quadro gripal é tido como um suspeito de Covid-19, sendo afastado e testado. Lembro que, dentro dos grupos prioritários para o teste, nós temos os profissionais da saúde", afirmou.

Benefícios a médicos
 
O secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Carlos Eduardo Amaral, também comentou sobre as reclamações de profissionais da área de saúde, como enfermeiros, referentes a gratificações dadas exclusivamente a médicos. Amaral minimizou a situação e pediu compreensão dos trabalhadores. 

"Antes de tudo, quero agradecer o trabalho de todos os profissionais da saúde. Eu entendo que todos que estão em contato com pacientes de coronavírus ou de outras doenças transmissíveis se dedicam independentemente da função, classe ou formação. Isso é muito importante e somos muito gratos", disse.

Amaral fez questão de lembrar que os benefícios são temporários enquanto houver o combate ao coronavírus e vieram devido à necessidade de contratação. Segundo ele, o chamamento de contratação teve preenchimento de todas as classes, com exceção da classe médica, que estava deixando os hospitais da Fhemig em busca de salários melhores em outros centros médicos.

"Baseado nisso, fomos forçados a fazer um ajuste nos valores e essa gratificação veio nesse ajuste. É temporária. Não é um benefício somente para médicos, não é de forma alguma uma diferenciação de classe. É um ajuste necessário que se fez para que tenhamos a condição de contratar médicos para o enfrentamento da Covid-19", explicou.

Boletim epidemiológico

Por fim, Amaral também comentou o boletim epidemiológico divulgado na manhã desta quarta-feira. Segundo ele, os números têm "sinalizado para nós que a maioria dos óbitos em investigação em Minas estão sendo descartados, ou seja, não são óbitos devido à Covid-19". Isso porque, somente nesta quarta, 222 mortes foram descartadas para a doença. Outros 63 óbitos continuam em investigação para a doença, que já matou 30 pessoas em Minas.

Outra afirmação do secretário-chefe da SES se tratou de relembrar à população sobre a importância do isolamento social. Conforme Amaral, o Estado mantém em vigor a deliberação 17, que enfatiza o distanciamento, e os resultados estão positivos devido a isso.

"É muito importante mantermos o isolamento. Estamos acompanhando todas as projeções de perto e, neste momento, elas estão muito próximas do objetivo de controlar a expansão do vírus, o aumento de casos. E isso se deve à adesão da sociedade às orientações de isolamento social", finalizou.

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