Tio confessa ter ocultado corpo de sobrinha de 7 anos desaparecida em Mateus Leme

Hoje em Dia
12/06/2015 às 19:49.
Atualizado em 17/11/2021 às 00:27

Uma ossada recolhida pela Polícia Civil na tarde desta sexta-feira  (12), próximo a um lixão numa estrada de terra entre Mateus Leme e Juatuba, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, pode colocar fim ao mistério do desaparecimento de Keyla Kelly, de 7 anos, vista pela última vez na casa da avó, em setembro do ano passado.    Após a confirmação de que  a ossada é mesmo a da menina, como afirma o principal suspeito no caso, o delegado Fábio Werneck, responsável pela investigação, vai apurar a motivação e as circunstâncias que teriam envolvido a morte de Keyla.    A prisão de um homem apontado como autor de dois estupros no mesmo local onde os peritos criminais recolheram o que possivelmente são os restos mortais de Keyla, ajudaram a Polícia a fortalecer uma linha de investigação de um desaparecimento que já intrigava os investigadores.   Ronaldo Paulo da Silva Camargos, de 33 anos, era companheiro de uma tia de Keyla à época em a garota sumiu, no dia 12 de setembro de 2014. Após ser interrogado várias vezes sobre o desaparecimento da garota, ele acabou confirmando, na quinta-feira (11), que jogou o corpo de Keyla próximo ao lixão. Ele nega que tenha matado a menina, mas contou uma história que ainda não convenceu os polliciais.   O delegado relata que duas vítimas de estupros ocorridos em Mateus Leme em novembro do ano passado e em março de 2015 ajudaram a Polícia Civil a fazer um retrato falado do suspeito. Fábio Werneck conta que, ao caminhar pela cidade, avistou um homem com as mesmas características realçadas nos traços do desenho. A suspeita foi reforçada porque a pessoa  dirigia um carro parecido com o apontado pela mulher violentada em março. Fábio Werneck fotografou o homem e foi pelas fotos que as vítimas reconheceram Ronaldo.   Com base nesse reconhecimento, o delegado solicitou à Justiça o mandado de prisão temporária de Ronaldo. Como a família de Keyla sempre sustentou que a garota não tinha costume com estranhos, o fato de o suspeito de dois estupros ter tido relacionamento com uma tia de Keyla ofereceu a linha de investigação para a Polícia no caso do desaparecimento. Foi aí que os investigadores focaram a apuração no homem preso pelos dois estupros, até porque a Polícia já sabia que Ronaldo estava mesmo na casa da sogra, a avó de Keyla, no dia em que menina foi vista pela última vez.    Após vários interrogatórios, a Polícia conseguiu a confissão de Ronaldo sobre a ocultação do corpo da garota. O suspeito contou que tomava café na casa da sogra, quando a menina caiu no chão e machucou a cabeça. Assustado, ele procurou socorrer a então sobrinha, levando-a, de carro, para uma unidade de saúde. No caminho, notou que a menina havia morrido e por isso decidiu jogar o corpo próximo ao lixão. Ronaldo sustenta que sempre respeitou a garota e garante não ter praticado qualquer tipo de violência contra Keyla. Ele também nega ter estuprado as duas mulheres, alegando que a relação sexual mantida com ambas teria sido consensual.   No Posto de Perícia Integrada de Betim, os peritos e legistas farão dois exames: o primeiro, de DNA, para confirmar se a ossada é mesmo a de Keyla. Para isso, será colhido material genético de familiares da garota. Noutro exame, o antropológico, legistas tentarão descobrir a causa da morte. A partir daí, o delegado poderá esclarecer definitivamente o caso.

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