Tiroteio entre PMs e PC termina com morto e um ferido

Danilo Emerich, Renato Fonseca e Raquel Ramos – Hoje em Dia
28/04/2015 às 20:16.
Atualizado em 16/11/2021 às 23:49
 (Ricardo Bastos / Hoje em Dia)

(Ricardo Bastos / Hoje em Dia)

Um tiroteio entre três policiais militares e uma civil deixou um homem de 32 anos morto e a mulher dele, uma investigadora da Polícia Civil, baleada, na noite desta terça-feira (28). O caso ocorreu na rua Augusto Degois, no bairro Pongelupe, na região do Barreiro, em Belo Horizonte.    Segundo as primeiras informações, o marido da investigadora, um mecânico identificado como Felipe Salles, foi morto em uma linha férrea, próxima à Praça da Febem. A policial civil, Fabiana Aparecida Salles, lotada em Ibirité, na Grande BH, foi socorrida e levada ao Hospital Júlia Kubistchek, com um tiro nas nádegas. O quadro dela é estável.   Uma das hipóteses, apontada nos bastidores como a mais provável, seria uma suposta dívida envolvendo ouro. Além de mecânico, Santos vendia joias. Ele e a esposa teriam sido abordados pelos militares e levados dentro do carro da mulher até um matagal, em frente à residência do casal. A quantidade de disparos sugere uma possível execução. O homem levou um tiro no abdômen, três nas coxas e quatro nas costas.   Um policial militar, o soldado Hamilton Brunno Penido Brandão, lotado na 7ª Companhia da PM, do 5º Batalhão, também estaria envolvido na ocorrência. Ele foi encontrado escondido no matagal. Embora não tenha sido baleado, Hamilton teria fugido por acreditar que outros dois militares que estavam com ele foram feridos. Os outros dois policiais, identificados inicialmente como os soldados André e Fernandes, do 41º Batalhão, foram levados juntamente com Hamilton para um quartel da PM, onde prestam depoimento.   No local do crime, foram apreendidas duas armas. Antes do tiroteio, o telefone 190 teria recebido vários chamados relatando disparos de arma de fogo no local.   Felipe, também chamado de Bal, trabalhava como mecânico no Buritis. Há cerca de 15 anos, estava casado com a policial civil Fabiana. O casal tem duas filhas, de 4 e 14 anos. A família é bastante conhecida na região do Barreiro.   A mãe da vítima, identificada como Elaine, já recebeu a notícia da morte do filho. Bastante abalada, os gritos dela puderam ser ouvidos da rua.   OUTRAS VERSÕES   Há muitas informações desencontradas sobre a ocorrência. Outra hipótese é a de que três militares de folga foram treinar disparos no local. A investigadora, que reside na mesma rua, saiu com o marido para averiguar o caso e trocaram tiros com os militares após os dois lados pensarem que se tratava de assaltantes.   Outra hipótese é que os policiais militares estariam sentados na praça, quando a investigadora teria passado junto com o marido pelo local. Os militares teriam filmado a mulher, o que irritou o companheiro dela, que disparou contra os PMs com a arma da policial civil, iniciando o tiroteio.   Também foi levantada a versão de que a investigadora teria sido abordada pelos militares e interpretou como uma tentativa de assalto e iniciado o tiroteio.   Uma última teoria seria que o mecânico também trabalharia com venda de ouro e teria uma dívida com os militares. Os policiais teriam ido cobrar o valor do homem, que correu para o matagal, sendo perseguido na sequência. Uma luta corporal teria ocorrido, segundo vestígios no terreno, e Felipe foi alvejado na perna, no peito e nas costas.   VERSÕES OFICIAIS   A assessoria da Polícia Militar informou que não vai prestar maiores esclarecimentos do caso, já que envolve a Polícia Civil. Já o chefe da assessoria de imprensa da Polícia Civil, Wilson Santos, informou que detalhes do caso estão sendo levantados e a corporação irá se posicionar quando houver dados concretos do episódio.   A perícia e rabecão da Polícia Civil foram ao local para retirada do corpo e para colher provas. A rua ficou interditada e há grande presença de curiosos. Ao todo, oito viaturas da PC, incluindo equipes do Departamento de Operações Especiais (Deosp), estiveram no ponto, enquanto apenas uma da Polícia Militar foi até o local.   O delegado Ramon Sandoli esteve na cena do crime e foi até o matagal onde estava o corpo. Ele não quis falar com a imprensa sobre o assunto e se limitou a dizer que é muito cedo para prestar qualquer informação.   A Secretaria de Estado de Defesa Social (SEDS) informou que só irá se pronunciar sobre o caso nesta quarta-feira (29).   Atualizada às 0h50

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por