Trânsito de metrópole nas cidades do interior de Minas

Alessandra Mendes - Do Hoje em Dia
15/07/2012 às 12:04.
Atualizado em 21/11/2021 às 23:34
 (Felipe Couri)

(Felipe Couri)

O total da frota de veículos de Belo Horizonte praticamente dobrou nos últimos dez anos, passando de 742.115 em 2002 para 1.461.345, até maio. Crescimento que continua sendo registrado mensalmente na cidade. Apenas nos cinco primeiros meses de 2012, quase 19 mil veículos a mais começaram a rodar pela capital mineira, uma média de cerca de 4 mil ao mês. Contas semelhantes são registradas em cidades do interior do Estado, onde as frotas de veículos também dobraram desde 2002. O trânsito virou dor de cabeça local, deixando de ser um problema apenas dos belo-horizontinos.

Pelo menos 870 novos veículos passaram a circular a cada mês nesse ano em Montes Claros, no Norte de Minas. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata, o número chega a 837 veículos por mês. Quem até pouco tempo atrás se orgulhava de classificar congestionamento como uma mazela exclusiva dos moradores da capital agora vive na pele a realidade de uma situação que só tende a piorar.

Uma projeção para os próximos dez anos, traçada por especialistas na área de trânsito, revela um futuro caótico. E isso não se deve apenas ao crescimento das frotas das cidades, que deve ter um aumento de 100% até 2022, mas à falta de alternativas e de vontade política dos governantes. “Plano não falta, projeto também não. Até dinheiro para isso nós temos. O que falta mesmo é vontade de quem está no poder”, afirma o professor de engenharia de transportes da Universidade Fumec Márcio Aguiar.

Ele explica que, na engenharia de trânsito, trabalha-se com uma previsão de uma década, mas as metas não são cumpridas. E cita como exemplo a criação, em 2000, da Metrominas – empresa para pensar o projeto do metrô subterrâneo de Belo Horizonte. “A ideia eraa de que em 2010 ele já estivesse funcionando para desafogar o tráfego nas ruas. Mas isso não aconteceu. Por isso, as expectativas para 2022 são muito ruins. Temos propostas de melhorias, mas elas não saem do papel”, explica Aguiar.

Há ainda a incoerência das medidas tomadas. “Enquanto a União facilita a compra do carro, desonerando os impostos, as cidades tentam contornar a consequência que isso gera no trânsito”, diz Aguiar.

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