Três a cada dez pedidos de internação em UTI para Covid-19 em BH são para pacientes de fora

Renata Galdino
rgaldino@hojeemdia.com.br
17/01/2021 às 20:23.
Atualizado em 05/12/2021 às 03:57
 (Tenentes Padoan e Danton / Ala 8/Fotos Publicas )

(Tenentes Padoan e Danton / Ala 8/Fotos Publicas )

A cada dez pedidos de internações de pacientes com suspeita de Covid-19 em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) de BH, três são de pessoas de outras cidades. Ao todo, nos primeiros 12 dias deste ano, foram 182 solicitações por um leito na rede pública, sendo 59 de fora da metrópole. Até a última sexta-feira, 81,2% das vagas estavam com infectados pelo novo coronavírus.Tenentes Padoan e Danton / Ala 8/Fotos Publicas

Aumento de casos de Covid19 colapsou o sistema de saúde da capital do Amazonas; sem medidas preventivas, especialistas alertam que outras cidades podem viver a mesma situação

Com um sistema que tem ultrapassado 80% de lotação da terapia intensiva do SUS-BH, quase batendo 90%, especialistas alertam ser crítica a situação. Conscientização da população, tanto de quem vive em outras localidades quanto de quem mora na capital, é a principal medida para evitar um colapso como já está ocorrendo em Manaus.

Desde o início da pandemia, em 1º de março, Belo Horizonte recebeu, para a rede pública, exatas 19.394 solicitações de internações de pacientes com Covid-19 em UTIs e enfermarias. Desse total, 2.091 (11%) foram de pacientes do interior, informou a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA).

Agora, com o crescimento exponencial dos casos, o risco é de um esgotamento no serviço da metrópole, destaca Taciana Malheiros, subsecretária de Atenção à Saúde da pasta. “E, obviamente, vai impactar para os munícipes de Belo Horizonte assim como os munícipes de outras cidades. É muito preocupante, coloca Belo Horizonte em um estado de muito alerta”, afirma.

Segundo a gestora, historicamente, até 40% das internações de urgência na capital são de residentes de outros municípios do Estado.

Apelo

Taciana Malheiros faz um apelo para que moradores de todo o Estado mantenham as medidas de prevenção ao novo coronavírus. Pedido que é reforçado pelo presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano. “A sobrecarga de pacientes acaba que, em última análise, explode em BH”, diz.

O médico, que faz parte do corpo clínico do Hospital Madre Teresa, frisa ser fundamental que todas as medidas restritivas adotadas na capital sejam também consideradas em outros municípios, principalmente na região metropolitana. 

“Se não, há um fluxo de pessoas da capital para essas cidades para irem até lojas, restaurantes, dentre outros, e lá se contaminam e voltam para cá trazendo o vírus. No caso das mais distantes de Belo Horizonte, se houver grande fluxo de moradores para BH, a saúde pode saturar”, explica o infectologista.

Ações

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) afirmou ter quase dobrado o número de vagas na terapia intensiva, inclusive, abrindo leitos em cidades que antes não dispunham dos recursos. Em fevereiro de 2020 eram 2.072. Atualmente, 3.977.

“Os esforços conjuntos entre SES, governo federal, municípios e prestadores culminou com o aumento de 91,9% da oferta de leitos de UTI”, frisou a pasta.

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