(Clínica Lucas Miranda/Divulgação)
Transpirar é normal, principalmente no verão, quando as temperaturas são mais elevadas. No entanto, quando o suor é excessivo pode caracterizar uma doença, a hiperidrose. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 3% da população mundial é atingida pelo problema. E o mais grave: entre aqueles que têm a doença, 40% convivem com ela sem buscar nenhum tipo de tratamento.
Para o dermatologista Lucas Miranda, membro da SBD, algumas pessoas não entendem que a hiperidrose é uma disfunção. “Acreditam ser uma característica normal do corpo. Que cada um transpira em uma quantidade, e eles em excesso”, explica.
Apesar de não ter nenhuma causa específica, a patologia é, em geral, consequência de uma hiperfuncionalidade das glândulas sudoríparas, responsáveis pela produção dessas secreções. Ou seja, o suor é estimulado e gerado em excesso.
Experiência
Desde muito nova, a administradora de empresas Jéssica Caroline Santos sofre com a transpiração em excesso nas mãos. Na época em que cursava o ensino médio e, consequentemente, escrevia muito, a jovem precisava de toalhas para secar o suor. Além de ser um transtorno, o problema era motivo de piadas na sala de aula. “Evitava tocar nas outras pessoas e até cumprimentá-las”, relembra.
Um dos prejuízos causados pela hiperidrose é o desconforto social, como o sentido por Jéssica. “A transpiração é aparente e isso causa grande incômodo. O suor fica muito nítido nos membros que acomete. Em alguns casos, as pessoas molham as roupas e precisam optar por vestimentas mais escuras, que escondam isso”, descreve o dermatologista Lucas Miranda.
Controle
Existem dois tipos da doença: a focal, que acomete apenas um membro ou área (mais comumente rosto, axilas, mãos e pés) e a generalizada, quando a transpiração é em todo o corpo, de maneira uniforme. O segundo caso, explica o especialista, é menos comum e causado por outros tipos de doença, como disfunções na tireoide, por exemplo.
Os tratamentos são vários, indo de cremes à cirurgia. Atualmente, de acordo com o médico, o mais assertivo é o botox. “A aplicação da toxina botulínica nas áreas de transpiração excessiva causa um bloqueio na produção e secreção do suor. O investimento é considerável e dura quase um ano”, informa Lucas Miranda.
As cirurgias não são mais tão recomendadas devido à possibilidade de migração do suor para outras áreas do corpo. Em casos extremos, a medicação via oral ou os cremes não são tão efetivos e não conseguem solucionar o problema por completo.
Opções de tratamento
Cremes e loções
– Indicação: hiperidrose leve
– Fórmulas prontas ou manipuladas que podem ser adquiridas com ou sem receita médica
– Solucionam a maior parte dos casos de transpiração leve
– Não têm efeitos colaterais
Medicamentos via oral
– Indicação: hiperidrose leve
– Precisam de receita médica para comprar
– Resolvem a maior parte dos casos de transpiração leve
– Têm efeitos colaterais
Aplicação de botox
– Indicação: hiperidrose em qualquer nível
– Feita em consultório e dura cerca de um ano
– Tratamento custa, em média, R$ 2 mil
– Soluciona grande parcela dos casos de transpiração excessiva
– Não possui efeitos colaterais
Cirurgia
– Indicação: hiperidrose em qualquer nível
– Feita em centros de saúde mais complexos
– Resolvem em totalidade 20% dos casos de hiperidrose excessiva
– Em 80% dos casos, o suor retorna ou migra para outras áreas