Doze micro-ônibus que transportavam diariamente pacientes do interior do Estado para consultas, exames e cirurgias em Belo Horizonte foram reprovados em vistoria do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). O motivo: falta de segurança. A fiscalização dos veículos foi iniciada na segunda-feira (20), na Região Hospitalar de Belo Horizonte, e será encerrada na quarta-feira (22), mas a direção do DER pretende tornar este trabalho permanente.
Cidades
Os micro-ônibus fiscalizados integram a frota do Sistema Estadual em Transporte em Saúde. São 510 veículos, responsáveis por atender, diariamente, 8.300 pessoas de 750 cidades. Na fiscalização realizada no início desta semana em um micro-ônibus da cidade de Pará de Minas, na região Centro-Oeste do Estado, constatou-se que os freios traseiros do veículo não estavam funcionando.
A prefeitura enviou para Belo Horizonte um outro veículo, que retornou com os pacientes para Pará de Minas. Um micro-ônibus de Conceição do Mato Dentro, na Região Central do Estado, foi apreendido depois que os fiscais constataram que os pneus estavam carecas. A fiscalização do DER-MG está sendo realizada em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde.
Vazamento de diesel
Segundo o diretor de Fiscalização do DER-MG, João Afonso Baeta Costa Machado, alguns motoristas foram orientados a corrigir problemas mecânicos, como vazamento de óleo diesel, enquanto os pacientes aguardavam o horários de suas consultas e exames nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) em Belo Horizonte.
Segundo Baeta, em dois dias de fiscalização, foram identificadas 40 vans que transportam pacientes do interior para Belo Horizonte sem autorização do DER para a realização do fretamento.
“Os veículos são contratados pelas prefeituras, mas, para isso, é preciso que cada município apresente ao DER uma lista de passageiros. Vamos informar as prefeituras as regras e, nos próximos dias, retomaremos a fiscalização para verificar se a legislação está sendo cumprida”, disse o diretor de fiscalização do órgão.
Madrugada
Os pacientes que viajam do interior para Belo Horizonte precisam sair de casa de madrugada para conseguir chegar na hora da consulta em Belo Horizonte.
A professora aposentada Maria das Graças Leal, de 58 anos, foi atendida nesta terça-feira (21), às 8h, na Santa Casa e foi obrigada a esperar até as 17h para voltar para Manhuaçu, na Zona da Mata, onde moram seus familiares. “Tive que acordar às 2h para viajar para uma consulta que estava aguardando havia seis meses. Preciso fazer uma cirurgia de miopia, que não é realizada em Manhuaçu”, reclamou. A Santa Casa marcou para 4 de setembro a cirurgia de Maria das Graças.
O ônibus que trouxe a professora e outros 12 pacientes para Belo Horizonte não apresentou nenhum problema, mas os fiscais orientaram o motorista a limpar o para-brisa, que estava com uma pequena mancha de óleo.
Depois que o vidro foi limpo com água e sabão, o veículo foi liberado. Segundo o DER, a sujeira poderia prejudicar a visão do motorista durante a viagem, principalmente de madrugada.