Trio que matou e bebeu sangue de jovem em ritual macabro é condenado em BH

Hoje em Dia
20/01/2015 às 13:42.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:43
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

Os três jovens acusados de matar a jovem Camilla Christine de Oliveira Souza, de 17 anos, durante um ritual de magia negra, foram condenados pela Justiça Mineira. Raony Dias Miranda, de 20 anos, e Kliver Marlei dos Santos, de 25, foram sentenciados a 13 anos de reclusão. Já Warley dos Reis Valentim da Silva, de 20, deverá ficar 12 anos atrás das grades.   Segundo o processo, após matar a jovem com golpes de faca no pescoço, o trio bebeu o sangue da jovem. O crime ocorreu no Dia das Bruxas do ano de 2014, no bairro São Bernardo, região Norte de Belo Horizonte.   De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o julgamento ocorreu na segunda-feira (19) e foi presidido pelo juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga, do I Tribunal do Júri da capital. O conselho de sentença, formado por seis homens e uma mulher, considerou que o crime foi cometido pelos três motivos torpes e sem chance de defesa da vítima.   Para determinar a pena, o juiz levou em conta a premeditação; o comportamento da vítima, que nada fez para deflagrar aquele desfecho; e a grande repercussão social do caso.   Interrogatório   Conforme o TJMG, o único a responder ao interrogatório foi Warley, que afirmou ter agido sozinho. Ele disse que esfaqueou a jovem por rivalidade referente ao tráfico de drogas e porque estava sendo ameaçado por ela. O réu se disse arrependindo do assassinato. Raony, por sua vez, disse que presenciou o homicídio, mas não participou do crime.    Às perguntas da promotora, Warley disse que nunca foi adepto do candomblé, que não frequentava a casa de Raony e desconhecia que ele fosse pai de santo ou que Kliver exercesse a mesma religião. Às perguntas da defesa, composta pelos advogados Rodrigo César Diniz Braga e Stephan Fernandes Souza, o réu negou ter assinado o termo de depoimento à polícia e disse que naquele momento não estava acompanhado por advogado.   Durante a defesa, os advogados destacaram que a própria mãe da vítima que a adolescente tinha envolvimento com o tráfico e estava armanda na hora do crime, o que teria levado Warley a reagir. Contudo, os argumentos não foram aceitos.   Investigação   Na época do crime, a Polícia Civil o crime foi motivado porque os suspeitos discordaram da atitude da vítima. Camilla havia iniciado no candomblé e, por isso, ganhou um cordão de proteção, que é repassado para todos os membros da religião. No entanto, ela arrebentou o guia.   No dia 31 de outubro do ano passado, data em que o trio iria realizar um ritual para proteger seus corpos, eles decidiram sacrificar a jovem. Para isso, os suspeitos atraíram Camilla até a casa de Raony, no bairro São Bernardo, região Norte da capital.   No local, segundo a polícia, ela recebeu uma gravata de Kliver enquanto Warley desferia golpes de faca em seu pescoço. Durante o assassinato, eles colocaram um prato debaixo do corpo da vítima para recolher seu sangue, que foi bebido posteriormente. As investigações revelaram que outras pessoas estavam na residência no momento do assassinato, mas os suspeitos ligaram o som alto para abafar os gritos.   Para se desfazer do cadáver, os investigadores informaram que o trio arrastou o corpo da vítima até a calçada. A polícia estranhou o fato da vítima ter vários ferimentos na região do pescoço, mas pouco sangue no corpo. Uma semana antes do crime, o irmão da vítima alegou que recebeu uma ligação de uma pessoa que se identificou como Lúcifer e disse que alguma coisa ruim aconteceria com sua família.   Raony é pai de santo e se diz feiticeiro. Além disso, a polícia disse que ele é homossexual assumido, drag queen e fazia programas junto com seu superior no candomblé. O trio deve ser indiciado por homicídio qualificado, por motivo cruel, torpe e sem direito de defesa da vítima.

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