UFMG repudia agressão: 'não podemos nos calar diante de um crime de homofobia'

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
29/08/2017 às 12:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:19
 (Reprodução Facebook )

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A UFMG emitiu nota nesta terça-feira (29) repudiando a agressão ao norte-americano Shane Landry. Ele, que há dois anos e meio cursa demografia na instituição, foi espancando no Centro de Belo Horizonte, junto com um colega, possivelmente em crime de homofobia.

“Condenamos e repudiamos, de forma veemente, qualquer forma de discriminação ou preconceito por orientação sexual ou qualquer ação que fira a dignidade das pessoas”, declararam o reitor Jaime Ramírez e a vice-reitora Sandra Almeida.

“Não podemos nos calar diante de um crime de homofobia”, manifestaram-se as professoras Paula Miranda Ribeiro, Mônica Viegas Andrade e Laura Lídia Rodrigues Wong. No documento, a UFMG reforçou que “confiança nas autoridades mineiras, responsáveis pela apuração dos fatos e responsabilização dos culpados”.

Investigação

A Polícia Civil vai abrir inquérito para apurar se o espancamento de dois jovens no Centro de Belo Horizonte tem relação com a homofobia. Vítimas e testemunhas serão convocadas para prestar esclarecimentos sobre a agressão, ocorrida no último sábado. O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais.

Até o momento, nenhum dos agressores foi identificado. Para chegar aos suspeitos, a polícia deve analisar as câmeras do Olho Vivo. Uma das vítimas é o estudante norte-americano Shane Landry, de 26 anos. Ele relatou que estava com um amigo quando foi surpreendido por três homens na esquina da avenida Afonso Pena com rua Espírito Santo. 

O rapaz, que faz mestrado na UFMG, contou que os agressores não quiseram roubá-los, por isso desconfia de crime de homofobia. “Por que estão rindo? Vocês estão rindo demais”, teriam questionado os suspeitos, que, logo em seguida, partiram para o espancamento.

Aumento de 30%

Há dois meses, o Hoje em Dia mostrou que pelo menos 167 crimes ligados à homofobia, transfobia e outras intolerâncias de gênero são investigados pela Polícia Civil em Minas. Homicídios, assaltos, agressões, ameaças, dentre outros, podem ter sido motivados pelo fato da vítima ser gay, lésbica, transexual, bissexual ou travesti.

O número corresponde às ocorrências registradas de janeiro a maio deste ano e é 30% maior se comparado ao mesmo período de 2016. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).

Segundo a Polícia Civil, não existe no Código Penal Brasileiro o crime de homofobia. No entanto, o ato de preconceito “pode servir de fundamento para a investigação”.  Atualmente, a corporação conta com um Núcleo de Atendimento e Cidadania à População de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (NAC/LGBT), que funciona na região Centro-Sul (rua Bernardo Guimarães, 1571 – 2º andar, Lourdes). Lá, o atendimento é de 8h às 18h30.

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