UFMG sedia um dos mais importantes eventos de direito e literatura da América Latina nesta semana

Da Redação
Hoje em Dia - Belo Horizonte
29/10/2018 às 17:10.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:30
 (Creative Commons)

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Com a temática "Narrativas e Desafios de uma Constituição Balzaquiana", Belo Horizonte recebe, de 30 de outubro a 2 de novembro, na Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, o mais importante encontro de Direito e Literatura da América Latina, o VII Colóquio Internacional de Direito e Literatura - CIDIL. O evento faz uma homenagem aos trinta anos da promulgação da Constituição Cidadã, com o objetivo de promover e difundir estudos sobre Direito e Literatura desenvolvidos no Brasil e exterior.

Resultado de uma parceira da Rede Brasileira de Direito e Literatura (RDL) com os programas de pós-graduação em Direito da UFMG, UniFG e UnB, com o apoio de dezenas de instituições nacionais e estrangeiras, a atividade destaca-se por estimular a cooperação internacional, proporcionar o diálogo entre pesquisadores de diferentes nacionalidades e dos mais diversos níveis acadêmicos e favorecer a produção de um conhecimento inovador e interdisciplinar.

A singularidade do VII CIDIL reside na proposta de uma análise das memórias, promessas e impasses que atravessam a história do constitucionalismo brasileiro, com ênfase no período do constitucionalismo democrático, por meio da literatura, recorrendo tanto aos seus pressupostos teóricos quanto às narrativas ficcionais que ela nos oferece.

Segundo Marcelo Cattoni, coordenador do programa de pós-graduação em Direito da UFMG, uma Constituição tantas vezes criticada, como "analítica", "ingovernável", "ultrapassada", "irrealista", "pseudo-conciliatória" e "sempre em crise", não apenas por parte dos ex-integrantes do regime autoritário com o qual ela procurou romper, em meio a uma disputa permanente entre narrativas sobre o seu sentido constituinte e constitucionalista, hoje, coloca-se mais uma vez, após 30 anos de sua promulgação, a pergunta acerca do que, de lá para cá, se construiu social e politicamente. Constituição do quê, de quem?

"Uma forma de buscar responder a essas questões é recuperar e problematizar, pelo olhar do Direito e Literatura, essas narrativas em disputa que, entre sonhos e desilusões, ceticismos, cinismos e esperanças, são constitutivas das histórias e estórias de uma Constituição nos seus 30 anos. Uma Constituição, pois, por assim dizer, "balzaquiana", cujas memórias e desafios, nesse impasse que representa o presente, remetem, portanto, não apenas ao passado, mas também ao futuro", conclui Cattoni.

O CIDIL reunirá pesquisadores, docentes, estudantes de graduação e pós-graduação, profissionais, professores da rede pública, entre outros interessados, abarcando as áreas do direito, letras, artes, filosofia, história, sociologia, psicologia e demais campos das ciências humanas.

O evento acontece na Universidade Federal de Minas Gerais, no Centro de Atividades Didáticas I (CAD1). Rua Professor Baeta Viana, S/N – Pampulha.

Programação

Com uma programação rica e extensa durante os quatro dias de evento, o VII Colóquio Internacional de Direito e Literatura contará com apresentações de painéis e trabalhos, conferências, minicursos e mesas de discussões, além de atividades culturais.

Dia 2 de novembro, sexta-feira, às 8h30, visita ao Instituto Inhotim, e, às 20h, no teatro Estação Cultural - Shopping Estação BH, encerrando o CIDIL, apresentação do espetáculo "A Obscena Senhora H - Paixão e Obra de Hilda Hilst". Com solo de Luciana Veloso, dramaturgia e encenação de Juarez Guimarães Dias, a peça reconta episódios biográficos da premiada escritora brasileira Hilda Hilst durante a escrita de um de seus mais aclamados livros "A Obscena Senhora D".

Mais informações detalhadas e programação completa do VII Colóquio Internacional de Direito e Literatura pelo site. 

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