Um ano depois, famílias dos prédios interditados no Buritis ainda vivem incertezas

Raquel Ramos - Do Hoje em Dia
12/10/2012 às 13:54.
Atualizado em 22/11/2021 às 02:02
 (Toninho Almada)

(Toninho Almada)

Em 22 de outubro de 2011, os prédios Vale dos Buritis e Art de Vivre, na rua Laura Soares Carneiro, no Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte, foram interditados por risco de desabamento. Quase um ano depois, os ex-moradores ainda convivem com a incerteza se voltarão a ter um lar definitivo.

Eles enfrentam uma batalha judicial na tentativa de recuperar os prejuízos – um dos edifícios desmoronou e o outro foi demolido. Por causa da morosidade da Justiça, nenhuma audiência foi marcada até hoje. “A falta de decisão nos trava. Não conseguimos dar um passo adiante sem ter perspectiva de resolver esse problema”, afirma a ex-residente do Vale dos Buritis Rita Piumbini.
 
Atualmente, ela e os filhos moram de aluguel, pago pela construtora Estrutura Engenharia. “Complemento o valor com R$ 200 e tenho esperança de reaver as perdas financeiras, mas os prejuízos morais e emocionais nunca serão recuperados”.

Em protesto, Rita e os demais moradores prejudicados se reunirão em frente ao terreno onde as edificações estavam, no dia 22, para cantar parabéns.

Enquanto os moradores sofrem as conse-quências, a prefeitura, a Copasa e as construtoras envolvidas se eximem da responsabilidade. “O problema foi provocado por falhas nas redes de água e esgoto da Copasa e por falta de drenagem. Tomamos os cuidados para que o prédio ficasse imune aos problemas que já atingiam o Vale dos Buritis. As fundações chegaram a 18 metros de profundidade”, alega o proprietário da Pódium Engenharia, Marcos Braz, responsável pelo Art de Vivre.

Reforço estrutural

O argumento é o mesmo utilizado pelo advogado da Estrutura Engenharia, Eduardo Coluccini. “Tenho registros que provam que os próprios moradores e a construtora já tinham solicitado a implantação da rede de drenagem, pedido que nunca foi atendido”, afirma.

Em nota, a Copasa informou que tomou todas as providências para evitar danos à rede de distribuição de água e que os estudos técnicos comprovam que a empresa está isenta de qualquer responsabilidade. A Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) não disponibilizou uma fonte para comentar o assunto.

Segundo o Fórum Lafayette, os três processos estão em tramitação, mas ainda não há previsão de quando a primeira audiência será marcada.
 
Saiba mais sobre a situação dos moradores do Buritis na http://177.71.188.173/clientes/hojeemdia/assinantes/index.php

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