Um motoqueiro por hora no Pronto-socorro

Michelle Maia - Do Hoje em Dia
Hoje em Dia - Belo Horizonte
16/06/2012 às 16:42.
Atualizado em 21/11/2021 às 22:54
 (Maurício de Souza)

(Maurício de Souza)

A cada hora, um motoqueiro é atendido no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, em Belo Horizonte. Devido ao crescente número de acidentes envolvendo motociclistas, muitos com mortes, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) lançou ontem uma campanha de prevenção a tragédias dessa natureza.


Metade dos atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito no HPS é para motociclistas, muitos com lesões graves. Em 2011, foram registradas 101 mortes de condutores de motos no hospital, 28% do total de óbitos decorrentes das tragédias no trânsito. De janeiro a março deste ano, foram 45 mortes. Seis motoqueiros ficaram paraplégicos.

De acordo com o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, há 190 mil motos em BH, frota que aumentou 263% na última década. O diretor do HPS, Eduardo Liguori, espera que haja queda do número de acidentes após a campanha. “Vidas são perdidas precocemente. Temos que pedir calma às pessoas”.

Ousado nas pistas, em busca das vitórias, o hepta campeão brasileiro de enduro, Felipe Zanol, padrinho da campanha, obedece às normas de trânsito. “Uso capacete e outros equipamentos de segurança. Respeito o trânsito e não forço ultrapassagens. Infelizmente, o que vejo são motociclistas, que parecem disputar corridas. É preciso ter cautela sempre”, ressalta.

Zanol visitou alguns leitos do HPS e conversou com vítimas de acidentes de moto. O ajudante de construção civil Ricardo Alberto de Souza, de 28 anos, foi internado após sofrer uma fratura exposta de fêmur. Ele teve de colocar enxerto no pé e na perna. “Voltava de Brumadinho com um colega na garupa quando um carro entrou na contramão e bateu de frente na minha moto. Quase tive que amputar minha perna”, lamenta.

O medo e o trauma fazem parte da vida de Elivelton Antônio dos Santos, de 18 anos, que está hospitalizado há mais de um mês. A moto dele foi atingida por um trator. “Quebrei a tíbia e tive fratura exposta. Apesar da minha paixão por motos, estou pensando em não voltar a pilotar”, disse.

O cirurgião Marcos Lázaro defende o uso de roupas adequadas para minimizar os impactos dos acidentes com motos. “O motociclista fica totalmente exposto”.N/A / N/A

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