Um polêmico Dia Mundial da Água: situação das bacias hidrográficas de Minas

Carlos Calaes - Hoje em Dia
22/03/2013 às 11:10.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:09
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

Nesta sexta-feira (22), Dia Mundial da Água e festividades à parte, enquanto o poder público anuncia a melhoria do Índice de Qualidade da Água (IQA) em dez das 11 principais bacias hidrográficas de Minas, o professor de Medicina Preventiva da UFMG e coordenador do Projeto Manuelzão, Thomáz Matta Machado, alerta que não há nada para comemorar.

Para ele, houve um retrocesso em Minas, tendo a qualidade das águas piorado nas principais bacias, com destaque para a dos rios São Francisco, das Velhas e Paraopeba. “Na época do governo Aécio Neves havia maior investimento, mas houve um retrocesso e perda de conquistas importantes. De modo geral, a questão da qualidade das águas não é uma prioridade para o poder público e para a população”, resume Machado.

Ele enumera o esgoto doméstico sem tratamento e a poluição industrial como os maiores vilões na degradação da água em Minas. “Não vou citar a questão da poluição pelos agrotóxicos, pois não há um levantamento preciso sobre isso”, observou.

A diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Marília Melo, discorda da visão de Machado e se diz “mais otimista”. “Das 11 maiores bacias hidrográficas em Minas, dez apresentaram melhora no Índice de Qualidade da Água (IQA). Também discordo que houve retrocesso e diminuição nos investimentos no setor”, disse.

Marília lembrou que a questão da água é muito sensível e que resultados demandam um tempo maior. Ela avaliou o lançamento, ontem, pelo Ministério do Meio Ambiente e Agência Nacional de Águas (Ana), do Programa de Consolidação do Pacto Nacional pela Gestão das Águas (Progestão) “como muito positivo”. Trata-se de uma continuação do Programa de Despoluição de Bacias Hidrográficas (Prodes), criado pela Ana em 2001.

O Progestão prevê a transferência de recursos do governo federal para os municípios que investirem em saneamento básico e ações para despoluir e recuperar suas bacias hidrográficas. “Não há como pré-estabelecer um valor, pois isso vai depender das ações realizadas pelos municípios”, adiantou Marília.<

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