Univale demite quase 100 funcionários para reduzir despesas

Ana Lúcia Gonçalves - Do Hoje em Dia
05/11/2012 às 15:09.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:54
 (Renato Cobucci/Arquivo)

(Renato Cobucci/Arquivo)

GOVERNADOR VALADARES – Noventa e nove funcionários da Universidade Vale do Rio (Univale) passaram o feriado prolongado desempregados. As demissões, que atingiram os maiores salários, é uma das medidas para reduzir despesas e tentar pagar a dívida de R$ 59 milhões que a universidade adquiriu ao longo dos anos. Ela tem débitos trabalhistas, com fornecedores, instituições financeiras e salários em atraso. Além de enxugar a folha de pagamento que representa 86% de sua receita, a instituição colocou imóveis a venda e teve outros leiloados pela justiça. As demissões na véspera do feriado provocaram rumores e instabilidade. Alunos e professores foram para a sede da mantenedora, a Fundação Percival Farquhar (FPF), no bairro Vila Bretas, em busca de informações. Nesta segunda-feira (5) eles fizeram novo protesto, temerosos com a possível interrupção do semestre letivo e fechamento da Univale, possibilidades descartadas pelo presidente Francisco Sérgio Silvestre. Segundo ele, apenas 17 dos demitidos eram professores e apesar da dívida exorbitante, o patrimônio da FPF/Univale está avaliado em R$ 105 milhões. Portanto, ela tem viabilidade financeira.   Só a dívida trabalhista é de R$ 31,7 milhões. Para quitá-la foi proposta a desmobilização. Foi elaborado um projeto de loteamento que ocupará parte da área do Campus II, no bairro Universitário. Serão urbanizados 597 lotes e eles serão usados para quitar a dívida trabalhista. Os credores poderão optar pelo recebimento em lotes. O loteamento não atingirá os ambientes acadêmicos existentes no Campus II.    No dia 30 de outubro, por determinação da Justiça do Trabalho, foram leiloados três imóveis da FPF. Um deles é o P4, onde funciona a sede da FPF e duas chácaras de cinco mil metros quadrados cada, no bairro Floresta, próximo ao Campus II. Os imóveis estavam avaliados em R$ 8 milhões, mas segundo o presidente, foram arrematados com um deságio de 50% no segundo leilão. “Medidas jurídicas estão sendo tomadas para reverter a situação” revela Silvestre.   As demissões feitas representarão um abatimento mensal de R$ 319,4 mil na folha de pagamento, cerca de R$ 3,8 milhões por ano. Entre os demitidos está um professor e coordenador de curso que custava cerca de R$ 20 mil mensais à universidade. "A turma não pagava nem o salário do professor", justifica Silvestre. A Univale tem cerca de cinco mil alunos, 25 cursos de graduação, cinco de pós e dois mestrados. Por causa dela Valadares é considerada polo universitário.

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