Universitário é morto com tiro no rosto em calourada

Patrícia Santos Dumont e Raquel Ramos - Hoje em Dia
08/08/2015 às 10:26.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:16
 (Instragram / Reprodução)

(Instragram / Reprodução)

O corpo do estudante Daniel Adolpho de Melo Vianna, 22 anos, está sendo velado no cemitério do Bonfim e e o enterro está marcado para às 10 horas de domingo (9). O jovem foi morto por um disparo à queima-roupa na madurgada deste sábado quando participava de uma festa, em um bar no bairro Dom Cabral, região Noroeste de Belo Horizonte. Ele morreu no local.

Segundo o delegado Sidney Aleluia, da Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan), testemunhas relataram, em depoimento formal, que o jovem estava na fila do bar quando tudo começou. "O suspeito teria esbarrado nele, olhado para trás e, na sequência, sacado um revólver e atirado no rosto dele, à queima-roupa", detalhou o delegado. O suspeito do crime, P.H.C.L., de 29 anos, foi preso em flagrante e levado para a Ceflan, no bairro Floresta, zona Leste da capital, onde deve permanecer até, pelo menos amanhã.

De acordo com as testemunhas, P.H.C.L tentou fugir após atirar em Daniel, mas foi contido por outros participantes da festa. Durante a confusão, a arma teria sido entregue a um terceiro envolvido, ainda não identificado. O revólver não foi localizado.

P.H.C.L. será enquadrado por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e emprego de arma de fogo). O crime é considerado hediondo e tem pena prevista de 12 a 30 anos de prisão. "Ele também responderá por porte ilegal de arma e por efetuar disparo em via pública", completou o delegado.

O suspeito tem passagem na polícia por porte ilegal de arma.

Família

Familiares de Daniel estiveram na delegacia. Inconformados, disseram que o jovem era gentil, não tinha o hábito de beber nem de se envolver em brigas ou confusões. "Estamos destruídos. O Daniel era um menino bom, ia terminar a faculdade no fim do ano e já trabalhava como advogado. A família está destruída", contou o comerciante Sérgio Luiz Perpétuo, de 54 anos, tio do estudante.

Segundo ele, os pais do rapaz estavam em um sítio na Grande BH quando foram informados sobre o ocorrido. Daniel optou por ficar em BH para passar o domingo (9) - Dia dos Pais - com o pai. Ele estava no último período de Direito, na Faculdade Pitágoras, e faria 23 anos no fim do mês.

O advogado do P.H.C.Ll informou que ele só falará diante do juiz. Segundo a polícia, o rapaz trabalha como soldador mecânico.

Investigação

A calourada acontecia no Bar do Rosa, tradicional ponto de encontro de estudantes da PUC Minas, na rua lateral ao campus Coração Eucarístico da universidade. Policiais civis estiveram no local para coletar informações e recolher as imagens captadas pelas câmeras de monitoramento.

Filho do proprietário, Gustavo Farias de Souza contou que a família adquiriu o bar há três anos e que problemas semelhantes nunca foram registrados no espaço.

PUC Minas

O pró-reitor de Logística e Infraestrutura da PUC Minas, Rômulo Albertini, lamentou o episódio, mas ressaltou que a instituição não tem envolvimento com a festa. "Os trotes dentro da faculdade foram proibidos há muitos anos. Fazemos a calourada solidária, recebendo os novos alunos de forma harmônica e apresentando a eles as oportunidades que a universidade oferece", disse.

Eventos como o dessa madrugada, segundo ele, costumam ser marcados pela internet. Mesmo sem o aval da instituição, os grupos criados acabam levando o nome da unidade de ensino. "Muitos participantes sequer são nossos alunos", afirmou.

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Veja a nota de esclarecimento PUC Minas

Sobre o lamentável incidente ocorrido em um bar no bairro Coração Eucarístico, no entorno do campus da Instituição, a PUC Minas considera importante esclarecer que não se tratava de uma ‘calourada’ da Universidade.

O referido estabelecimento é sabidamente frequentado por um grande número de pessoas, entre eles alunos da PUC Minas, provocando, muitas vezes, transtornos para o trânsito e riscos para a segurança de toda a comunidade.

Conjuntamente com os moradores da região e a Polícia Militar, a Universidade tem mantido um permanente diálogo sobre o problema, entendendo que há prejuízos claros à tranquilidade e à qualidade de vida dos vizinhos do estabelecimento.

Além disso, por meio de seus professores, gestores acadêmicos e funcionários, a Universidade procura desestimular a ida de seus alunos àquele local, em função exatamente das aglomerações que ali eventualmente se dão.

Ao lamentar o ocorrido, que expressa, de modo grave, a banalização da violência em nossa sociedade, a PUC Minas reitera sua determinação em continuar buscando uma solução para o fim dos mencionados transtornos, que resulte de um amplo diálogo envolvendo toda a comunidade.

 

 

 

Atualizada às 20h30.

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