UPA Centro-Sul é fechada após entrada de paciente com suspeita de sarampo

Bruno Inácio e Daniele Franco
21/08/2019 às 13:33.
Atualizado em 05/09/2021 às 20:05
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

A entrada de um paciente com suspeita de sarampo interrompeu os trabalhos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região Centro-Sul de Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (21).

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), o paciente, de 30  anos, veio de São Paulo e deu entrada na unidade com suspeita da doença. A situação levou a unidade a acionar o protocolo de segurança, o que inclui a suspensão da entrada de pacientes. Outra medida tomada foi o envio de uma equipe da secretaria para vacinar os pacientes que já estavam dentro do local.

O paciente foi transferido para uma unidade hospitalar não divulgada. O local onde ele estava hospedado também foi contactado pela SMSA, que alertou sobre a necessidade de vacinação e atenção aos sintomas da doença. O estabelecimento, cujo nome não foi informado, fica encarregado de realizar os procedimentos de higienização no quarto onde o paciente se hospedou e de avisar os funcionários para que chequem sua situação vacinal contra o vírus. Uma campanha específica de vacinação para trabalhadores da rede hoteleira foi feita em julho em BH, segundo a SMSA.

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais também foi notificada e já acionou o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para levantar os dados de passageiros que estiveram no mesmo voo do paciente e repassar as orientações de bloqueio vacinal.  

A previsão é que os atendimentos sejam normalizados ainda nesta quarta.

Portas fechadasLucas Prates/Hoje em Dia / N/A

Saulo Tarso de Freitas estava internado no local e só pôde sair após ter sido vacinado

No início da tarde desta quarta-feira, poucas pessoas procuraram a unidade para atendimento, mas quem o fez se deparou com as portas fechadas. Estes pacientes foram orientadas a procurar outras UPAs ou ir aos centros de saúde.

O operador de caixa Saulo Tarso de Freitas estava internado no local e só pôde sair após ter sido vacinado. “Foi tranquilo o processo. Uma equipe da prefeitura vacinou todo mundo e depois fui liberado”, contou.

Lá dentro, segundo o operador de caixa, os pacientes foram informados que o atendimento voltaria ao normal por volta das 16h. Por volta das 14h, a UPA já estava quase vazia, segundo funcionários.

Estado em alerta

O risco de surtos de sarampo levou o Ministério da Saúde a recomendar aos estados a vacinação de bebês menores de um ano contra a doença. Antes, somente crianças maiores de doze meses recebiam gratuitamente a dose da tríplice viral, que, além do sarampo, previne contra a rubéola e a caxumba.

A vacinação do novo público começa nesta quinta-feira (22) em todos os postos de saúde do Estado e pais de crianças entre 6 e 11 meses podem levar os bebês às unidades. Embora tenha acatado a recomendação do governo federal, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG)  ressalta que ainda não registrou epidemia da doença. Até o momento, quatro casos foram confirmados em Minas e outros 51 permanecem em investigação. Destes casos, 2 confirmados e 20 em investigação estão na capital, segundo a SMSA.

Além dos bebês, outro público que preocupa o ministério é o de jovens adultos. A pasta destacou a necessidade de pessoas de 20 a 29 anos regularizarem a vacinação contra o sarampo – o grupo tem coeficiente de incidência de nove casos para cada grupo de 100 mil, mais que o dobro da média nacional. De acordo com o ministério, pela rotina de imunização estabelecida, pessoas com até 29 anos já devem ter recebido duas doses contra o sarampo. Já quem tem entre 30 e 49 anos deve ter tomado pelo menos uma dose.

Sobre a doença

O sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível, altamente contagiosa e comum na infância. A doença começa inicialmente com febre, manchas avermelhadas pelo corpo, sintomas respiratórios e oculares. Também incluem tosse, coriza, rinite aguda, conjuntivite, fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral). 

A transmissão ocorre de pessoa a pessoa por meio de secreções presentes na fala, tosse, espirros ou até mesmo respiração. Na presença de pessoas não imunizadas ou que nunca apresentaram sarampo, a doença pode se manter em níveis endêmicos, produzindo epidemias recorrentes.

Com Renata Evangelista

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