Uso obrigatório de máscaras tem adesão no Centro e desrespeito em outros bairros de Belo Horizonte

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
14/07/2020 às 11:37.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:01
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

De um lado, conscientização e pessoas preocupadas com a pandemia. Do outro, falta de zelo e pura desobediência. O primeiro dia em que passou a valer o decreto que obriga o uso de máscaras em Belo Horizonte foi marcado por pessoas seguindo à risca a norma no hipercentro e desrespeito em outros bairros, como na Zona Sul.

A partir desta terça-feira (14), quem for flagrado sem o protetor facial poderá ser multado em R$ 100. Fiscais da prefeitura e agentes da Guarda Municipal farão a fiscalização. Inicialmente, as pessoas serão orientadas a colocar a proteção. Só vai sentir a punição no bolso quem insistir na irregularidade.

Na avenida Afonso Pena e arredores, a maioria dos pedestres aderiu à lei. No transporte público, um dos locais que mais preocupam as autoridades devido ao alto risco de transmissão do vírus, passageiros não esqueceram o equipamento de proteção. Vale lembrar que, para embarcar nos ônibus municipais, a máscara já é obrigatória desde 10 de maio.

Porém, em outros locais percorridos pelo Hoje em Dia, como nos bairros Anchieta, Sion, Cruzeiro e Savassi, na região Centro-Sul, cenas do descumprimento da norma foram vistas com facilidade. Alheias ao risco de contaminação da Covid-19, pessoas caminhavam sem o protetor facial.

Em uma via da região, dois homens que não utilizavam as máscaras conversavam sem sequer manter o distanciamento de pelo menos um metro e meio. Por causa da pandemia, as duas atitudes são perigosas e reprovadas por infectologistas.

Perto da Praça da Liberdade, a situação se repetiu com pessoas expostas aos riscos. Gente sem máscara também foi vista pela reportagem em vias do bairro Vera Cruz, na região Leste, como na avenida Leopoldo Gomes. Algumas pessoas foram abordadas, mas não quiseram conversar com a reportagem.

Multa

Pela norma assinada pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD), o equipamento deve ser usado "nos espaços públicos, equipamentos de transporte público coletivo e estabelecimentos comerciais, industriais e de serviços". O acessório deve cobrir o nariz e boca. Caso esteja no queixo, por exemplo, a pessoa estará sujeita à penalidade. Dentro dos automóveis, não há obrigatoriedade.

O infrator será notificado para apresentar, de forma imediata, um documento aos fiscais. Se o morador se recusar a se identificar, será encaminhado a uma delegacia de Polícia Civil pelos agentes da Guarda Municipal.

Menores de idade também deverão usar o acessório. Nessa caso, quando houver irregularidade, a punição será aplicada aos pais ou responsável. A regra só não vale para moradores de rua. A essa pessoas, os agentes e fiscais irão distribuir máscaras de proteção.

Segurança

Professor da UFMG e integrante do Comitê de Combate à Covid-19 em BH, o infectologista Unaí Tumpinambás ressalta que a máscara é uma poderosa ferramenta para tentar barrar a transmissão do vírus. O médico explica que o equipamento faz uma barreira de proteção que dificulta a propagação das gotículas respiratórias que carregam o novo coronavírus.

Mas, o especialista lembra que ela não garante 100% de proteção. Por isso, o distanciamento social deve ser seguido. E, quem puder, deve permanecer em casa.

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