(Carlos Henrique)
Usuários do transporte público reclamam da insegurança nos pontos de venda da Transfácil para recarga dos cartões BHBus e Ótimo, instalados fora das estações do Move. Nesses locais, as pessoas ficam mais vulneráveis a assaltos e à abordagem de pedintes. Além disso, quando os cartões dão algum tipo de problema, são obrigadas a retornar aos quiosques, perdendo tempo e ficando ainda mais expostas à ação de marginais. À noite, a situação se agrava.
Na área central, são quatro quiosques, localizados nas ruas Rio de Janeiro, em frente ao número 214, na São Paulo (260), Tupinambás (754) e na Carijós (676).
Para o comerciante Júnior Fernandes dos Santos, de 30 anos, que todos os dias precisa pegar o Move do Centro para Sabará, os quiosques geram insegurança. “Tem gente que fica com medo de ser abordada e acaba não comprando a passagem. É uma barca furada para o usuário. Nas estações, é bem melhor”, disse.
Segundo ele, no ponto da rua São Paulo, outro problema é a enxurrada nos dias de chuva. “O pessoal quase é levado pela água”, afirma.
A enfermeira Vânia Lúcia da Silva, de 45 anos, também reclama da venda de passagens na rua. “É horrível. A gente fica à mercê da sorte. Tem que abrir a bolsa na rua e sair com o dinheiro na mão. Tem alguns meninos que chegam a ameaçar a gente para dar dinheiro para eles. Além disso, o atendimento é péssimo”, garante.
No quiosque da rua Rio de Janeiro, a situação é a mesma, de acordo com o auxiliar de manutenção Caio Felipe de Melo Queiroz, de 26 anos, que todos os dias precisa se deslocar do Centro para o bairro Céu Azul. “Esses pontos só pioraram a situação para a gente”, garante.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), responsável pelo gerenciamento da Transfácil, além dos quatro quiosques no Centro, existem 38 pontos de venda localizados dentro de estações do Move.
O Setra esclareceu ainda que as estações que contam com quiosques em ruas próximas são utilizadas para embarque e desembarque. Ainda segundo o Sindicato, de 1º de setembro a 31 de dezembro de 2014, ocorreu apenas um assalto nos postos externos de venda, enquanto nas estações foram registrados 12 no mesmo período.