Vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid: o que os pais devem saber

Clara Mariz*
portal@hojeemdia.com.br
05/01/2022 às 21:58.
Atualizado em 10/01/2022 às 02:02
 (banco de imagens/ Freepik)

(banco de imagens/ Freepik)

O Ministério da Saúde confirmou, nesta quarta-feira (5), que crianças de 5 a 11 anos serão vacinadas contra Covid-19 no Brasil sem exigência de prescrição médica. Crianças com comorbidades, indígenas, quilombolas e as que moram em casas com pessoas que apresentam maior risco para desenvolvimento de quadros graves da Covid terão prioridade na vacinação. Já as que não possuem comorbidade serão vacinadas de acordo com a idade, começando pelas mais velhas.

Durante a entrevista coletiva para anunciar a medida, a secretária de enfrentamento à Covid, Rosana Leite de Melo, Secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Governo Federal, disse que é imprescindível que pais ou responsáveis procurem um médico antes de imunizar as crianças. Contudo, o presidente da Sociedade Mineira de Pediatria (SMP), Cássio Ibiapina, afirmou que a orientação pode "desorientar" a população.

Para esclarecer alguns pontos da vacinação de crianças contra a Covid-19, a reportagem do Hoje em Dia fez um tira dúvidas com o pediatra, epidemiologista e mestre em infectologia, José Geraldo Leite Ribeiro. Confira o que você precisa saber sobre a imunização de jovens de 5 a 11 anos:

Quais informações os pais precisam saber antes de vacinar as crianças?

“A princípio não há contraindicação para a imunização desta faixa etária com a vacina da Pfizer. A única restrição que pode surgir é caso haja algum evento alérgico na primeira dose. Aí, o médico pode desaconselhar a segunda. Eu desconheço contraindicações à primeira dose da vacina da Covid para crianças”, explica o médico.

Existe algum risco durante a imunização? 

“Qualquer vacina, medicamento, alimentos e até picadas de inseto, tudo tem risco. Não existe nada isento de risco. O que nós sabemos, é que a probabilidade de eventos adversos graves é baixíssima. Com 8 milhões de doses aplicadas nos Estados Unidos, não houve nenhum problema de saúde grave. Agora, um indivíduo específico pode apresentar uma reação alérgica, alguma coisa de fundo individual. Mas, até o momento, não há riscos graves relacionados à vacinação nesta faixa etária”.

Quantas doses as crianças devem receber para estar protegidas? 

“A princípio, a vacina nas crianças é feita em duas doses, sendo que o quantitativo de antígeno em cada dose corresponde a um terço da aplicada nos adultos. Em volume, são 0,2 ml por dose, sendo que serão duas”.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) apresentou, em dezembro, algumas recomendações e dicas sobre o imunizante.

Rótulo

A diretora da Anvisa e relatora do processo de liberação do medicamento, Meiruze Sousa Freitas, explicou que o frasco da vacina Pfizer destinada a crianças tem a cor laranja. Para adultos, o frasco é roxo.

Sala de vacinação

A Anvisa recomendou que as crianças sejam imunizadas em ambiente específico, não usado para outras vacinas, mesmo as pediátricas, e nem para adultos. A sala deve ser acolhedora e segura para os jovens.

Tempo de espera
É indicado que as crianças permaneçam no local da vacinação por pelo menos 20 minutos após a aplicação, para que sejam observadas possíveis reações.

Para comunidades
A Vigilância Sanitária sugere que comunidades isoladas, como aldeias indígenas, faça a imunização em dias diferentes da aplicação em adultos.

Intervalo entre as doses
Segundo Meiruze Sousa Freitas, "Por precaução é recomendado um intervalo de 15 dias entre as vacinas.

Postos drive-thru
A Anvisa pede que seja evitada a modalidade de vacinação drive thru, em que o jovem recebe o imunizante de dentro do carro da família.

Possíveis reações
De acordo com a Vigilância Sanitária, pais ou responsáveis devem ficar atentos a possíveis reações nas crianças e adolescentes após a vacinação, como dor, inchaço ou vermelhidão local, febre, fadiga, dor de cabeça ou linfadenopatia (gânglios) na axila do braço que recebeu o imunizante.

Aniversário entre doses
A diretora da Anvisa alertou que crianças que completarem 12 anos no intervalo entre a primeira e a segunda dose devem receber a vacina com 10 microgramas  (dosagem pediátrica).

(*) Com Bernardo Estillac e informações da Agência Brasil

Leia mais

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por