Vacinação e exame preventivo ajudam a manter longe o câncer de colo de útero, um dos mais mortais

Bruno Inácio e Mariana Durães
08/01/2019 às 08:20.
Atualizado em 05/09/2021 às 15:55
 (Editoria de Arte)

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Mortal, mas de fácil prevenção. Descoberto no estágio inicial, o câncer de colo de útero tem, inclusive, chances de cura de até 100%. Entretanto, sem os devidos cuidados, 890 mineiras devem desenvolver a doença neste ano, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Dessas, 150 serão de BH.

Mesmo com tratamento que pode resultar na recuperação da paciente, o tumor é o terceiro do tipo maligno mais frequente em mulheres e a quarta causa de óbitos no grupo.

Vacinação, exames preventivos e cuidados a serem adotados por quem já tem uma vida sexual ativa são medidas essenciais para evitar a enfermidade. As recomendações estão em evidência neste mês, quando é realizada a campanha Janeiro Verde.

Uma das principais causas dos tumores é o contágio persistente por alguns tipos de Papiloma Vírus Humano (HPV). Entre os mais de 150 existentes, 40 podem causar infecções e pelo menos 13, carcinomas. 

A estimativa é a de que até 80% das mulheres sexualmente ativas tenham contato com os vírus ao longo da vida.  “O problema não é ter o vírus, é ele virar câncer”, frisa o professor Augusto Brandão, da Faculdade de Medicina da UFMG, especialista em ginecologia oncológica.

A campanha Janeiro Verde visa a conscientizar as mulheres da importância da prevenção contra o câncer


Precaução
A vacina contra o Papiloma é a forma mais efetiva para prevenção e deve ser tomada tanto por meninas, de 9 a 14 anos, quanto por meninos, de 11 a 14. Os garotos devem ser imunizados, conforme Brandão, para evitar a transmissão para elas. 

A proteção, porém, tem baixa adesão da população. Sem imunização, o risco aumenta à medida que a pessoa inicia a vida sexual precocemente, tem múltiplos parceiros, é fumante e faz uso prolongado de anticoncepcionais, alertam os especialistas. 

“É preciso pensar em novas campanhas para estimular tanto a adesão à vacinação quanto o uso do preservativo”, defende Ricardo Antunes, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia.

O acompanhamento médico, para diagnóstico de lesões que podem virar câncer de colo de útero, é fundamental. De acordo com o Ministério da Saúde, toda mulher de 25 a 64 anos deve ir ao consultório do ginecologista uma vez a cada 12 meses.

“As com menos de 25 anos também podem ser selecionadas, caso a caso, para fazer o rastreio do câncer, que é gratuito, não dói, não compromete a saúde e pode evitar uma cirurgia maior ou um tratamento mais agressivo”, pondera Augusto Brandão.

Tratamento
O tratamento mais adequado depende da identificação da extensão e localização do tumor, idade da paciente, condição física geral e se ela deseja ter filhos. “A maioria dos casos, no Brasil, é diagnosticada já em fases mais avançadas, de difícil tratamento”, destaca Ricardo Antunes.

Só no ano passado, entre cirurgias oncológicas, radio e quimioterapia, foram cerca de 670 procedimentos para tratamento do câncer de colo do útero na rede pública municipal de BH.

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