(Samuel Costa/Hoje em Dia/Arquivo)
A folia em Belo Horizonte já começou com desfiles de blocos no pré-Carnaval. A expectativa da prefeitura é que 4,6 milhões de pessoas passem pela cidade até o dia 10 de março. Ao todo, são 515 blocos de rua que farão 620 desfiles pelas ruas da capital. E para curtir com saúde e ter disposição para acompanhar até o fim, profissionais da saúde fazem um alerta: além dos cuidados com a transmissão das doenças sexualmente transmissíveis, o folião deve ficar atento à leptospirose, uma doença infecciosa causada por uma bactéria, chamada leptospira, presente na urina de ratos e de outros animais.
A doença é geralmente relacionada às enchentes e qualquer pessoa em contato com a água contaminada pode se infectar. Mas existem outras situações propícias para a transmissão que merecem atenção no Carnaval. A primeira diz respeito à latinha de cerveja ou de refrigerante. Segundo o gerente técnico do Laboratório Lustosa, Adriano Basques, esses recipientes podem conter a bactéria causadora da doença.
“A maneira de armazenagem e o caminho que esta lata faz, desde a origem até o ponto de venda, são, muitas vezes, desconhecidos pelo consumidor. A contaminação pode ocorrer em qualquer parte desse percurso. Além disso, para refrigerar as latas, o método mais adotado pelos ambulantes é o uso das caixas térmicas com gelo, que também podem ter sido contaminadas por roedores ou outros animais”, disse.
Os foliões também devem ter cuidado com os pés. "Você pode não ver objetos cortantes, como bueiros, grades ou vidro, que podem causar um ferimento significativo. Em contato com uma área contaminada, que pode ser o próprio chão ou asfalto, ou até mesmo a enxurrada causada por uma chuva, aumenta o risco da entrada de bactérias, como a que causa a leptospirose”, alerta Basques.
Dicas de saúde
Para reduzir drasticamente o risco de contágio, o melhor mesmo é tomar medidas preventivas simples.
A doença
A leptospirose é considerada uma doença grave, podendo levar à morte. A ocorrência está relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária e alta infestação de roedores infectados, o que pode ocorrer tanto em periferias quanto nas áreas mais centrais da cidade, por onde passam os blocos.
Os sintomas mais frequentes da leptospirose são semelhantes a outras doenças, como gripe e dengue: febre alta, dor de cabeça, dores pelo corpo (principalmente na panturrilha), vômito, diarréia e tosse.
Nas formas mais graves, a pele e os olhos podem ficar amarelados (icterícia). O tratamento é basicamente com medicamentos, com a necessidade de internação hospitalar nas situações mais graves.
Leia mais:
Comércio de BH espera faturar R$ 600 milhões até o fim do Carnaval
Aplicativo vai mostrar mudanças de rota de ônibus no Carnaval de BH
Xixi de foliões do Carnaval de BH vai ser aproveitado como fertilizante
PM capacita militares para uso de drones no Carnaval de BH