Vale tudo na periferia de BH, até burlar a lei

Renata Galdino - Hoje em Dia
05/10/2013 às 08:21.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:05

Carros, sacos de lixo, restos de construção, camelôs e até tenda promocional nas calçadas. O desrespeito ao Código de Posturas e à legislação de trânsito acontece por toda Belo Horizonte. Porém, nos bairros distantes do hipercentro e da zona Sul, as irregularidades são mais frequentes devido à escassez de agentes e fiscais.

Basta um passeio nas regiões do Barreiro e de Venda Nova para flagrar cenas que poderiam ser evitadas com a presença de um agente de trânsito ou fiscal de posturas.

“Ele nem precisaria ficar ‘plantado’ aqui. Mas se a população soubesse que nessa rua passa frequentemente alguém para orientar ou multar, tenho certeza de que a situação seria diferente”, especula a manicure Letícia Talles Alves, de 19 anos.

Na última sexta-feira (4), por volta das 11h30, ela teve que desviar de sacos de lixo na calçada da avenida Vilarinho, em Venda Nova. Como a coleta dos resíduos é feita à noite, moradores e comerciantes não poderiam colocar o lixo antes das 17h nos principais corredores da região, segundo a prefeitura. “Mas isso acontece direto”, afirma a manicure.

Problemas variam

A menos de 30 metros dali, mais uma irregularidade. Para garantir vagas na área de carga e descarga, um comerciante colocou cavaletes impedindo que outros motoristas com o mesmo propósito parem no espaço. “Sou obrigado a rodar até achar um local para descarregar mercadoria de outra loja”, diz José Esteves da Fonseca.

No Barreiro, bancas de revistas e lojas burlam a lei. Na avenida Sinfrônio Brochado, uma revenda de celulares estendeu duas faixas enormes na fachada do imóvel e colocou uma tenda na calçada.

Segundo um servidor ligado à fiscalização na cidade, e que pediu anonimato, a maioria dos 390 fiscais concentra-se na zona Sul. “As outras oito regionais têm cerca de 20”.

A do Barreiro, por exemplo, conta com 19 profissionais, mas dois estão de licença. “Eles não conseguem atender tudo, e camelôs colocam ‘olheiros’ para vigiar a chegada do fiscal. Também não há efetivo para passar o dia inteiro em um só local. Barreiro e Venda Nova são regiões grandes”.

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