(Frederico Haikal)
Como diz a música, “o amor está no ar”, mas para a escola de samba Estrela do Vale, o amor estará mesmo é na avenida. Com o enredo “Vale tudo por amor”, a agremiação pretende incendiar o Carnaval de Belo Horizonte.
“Não vai ficar uma pessoa sentada quando a gente passar. O nosso samba é irresistível. E teremos 11 alas, representando grandes romances e cenas de amor ao longo da história”, afirma a presidente, a estilista Madalena Bavose, de 51 anos.
Apaixonada pelo Carnaval, há quatro anos – após 25 de desfiles – ela e o marido, o empresário Eduardo Bavose, fundaram a Estrela do Vale.
Pressa
No galpão da escola, na residência do casal – rua Santa Inês do Alto, bairro Santa Cecília, região do Barreiro –, todos correm contra o tempo.
Logo na entrada, o renomado escultor Arcanjo Ranielho – autor da conhecida escultura do Juquinha, na Serra do Cipó – dá os retoques finais num gigante King Kong e também esculpe em isopor a bela jovem, alvo do amor impossível.
Ao fundo, os aderecistas Elaine Marques e Jairo Júnior colam miçangas e dão os retoques finais nas peças que irão adornar os integrantes da escola. O trabalho exige muita dedicação e paciência.
Personagens
Os autores do enredo, Marco Aramha e Marcyo de Olliveira, destrincharam as peripécias de Cupido, o feiticeiro dos casais.
O enredo cita o amor impossível de Sol e Lua, que um dia vão se encontrar para viver a história de amor. Depois, vem a lenda de Afrodite, deusa da beleza e do amor, que, incomodada com a beleza de Psique, mandou seu filho Eros (Cupido) fazer a bela se apaixonar por um homem feio, mas ele acaba se apaixonando por ela.
Segue o romance entre os monarcas de Roma e Egito, Marco Antônio e Cleópatra, e outras histórias, como o amor impossível do corcunda Quasímodo pela cigana Esmeralda, a Bela e a Fera.
De amores nacionais, são contadas as história de Xica da Silva e o intendente João Fernandes, e Diadorim e Riobaldo, de Guimarães Rosa. O enredo termina com o amor na era digital e relacionamentos virtuais pela internet.