Vandalismo e falta de manutenção transformam bueiros de BH em armadilhas para pedestres

Lucas Sanches
lucas.araujo@hojeemdia.com.br
01/09/2021 às 14:11.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:48
 (Lucas Prates e Fernando Michel)

(Lucas Prates e Fernando Michel)

O vandalismo e a falta de manutenção transformam em armadilhas os bueiros e as caixas de rede subterrânea de Belo Horizonte. Sem grelhas ou tampas - muitas vezes furtadas -, os equipamentos públicos estão abarrotados de lixo, o que pode contribuir para alagamentos em ruas e avenidas, em caso de chuva. 

Pedestres também precisam redobrar a atenção nas calçadas, principalmente em algumas regiões da capital, como a Oeste. Lá, a reportagem do Hoje em Dia flagrou diversos problemas, principalmente próximo à avenida Tereza Cristina. Em alguns pontos, comerciantes improvisam "tampas" com pedaços de madeira e tijolos.

Quem passa pelos locais conta que o medo é constante. “Todos os dias vejo pelo menos um bueiro aberto na cidade. Acho que dei sorte por nunca ter caído, mas é muito perigoso, especialmente para as crianças e pessoas mais velhas”, conta o marceneiro Rogério Marques, de 60 anos, que mora no Prado há mais de três décadas.

Perto dali, na esquina da rua Paraguassú com a avenida Tereza Cristina, no bairro Prado, o bueiro aberto já virou um depósito de lixo. Sem tampa, acumula folhas e sacolas plásticas. Para alertar as pessoas, moradores colocaram um galho de árvore para "sinalizar". O local está próximo à rampa de acesso de cadeirantes à calçada.Lucas Prates/Hoje em Dia / N/A

O marceneiro Rogério Marques critica o estado de conservação dos bueiros em BH

Manutenção

BH tem 64 mil bueiros. A prefeitura não faz separação dos reparos devido a furto ou vandalismo. No total, 1.268 grelhas trocadas pela Sudecap neste ano. Quanto à limpeza, o órgão afirma que realiza os serviços todos os dias na cidade.

Foram mais de 110 mil limpezas, com a remoção de quase 2 mil toneladas de resíduos entre janeiro e julho de 2021. O serviço é feito uma vez por mês ou a cada três meses, conforme a necessidade. O gasto anual é R$ 3,8 milhões.

Sobre o vandalismo, a Guarda Municipal garantiu que faz as ações de prevenção, com a ajuda das 2,1 mil câmeras espalhadas pela cidade. A Cemig, por sua vez, afirmou ser responsável por cerca de 11 mil caixas de rede subterrânea na capital. Segundo a estatal, "existe um plano anual de manutenção destas caixas, com visitas regulares de acordo com o tipo de importância da cada uma".

A prefeitura reforça que o cidadão deve solicitar os serviços através dos canais oficiais de atendimento ao cidadão: aplicativo PBH APP ou o site www.pbh.gov.br. No caso da Cemig, a denúncia pode ser feita pelo telefone 116 ou no site da empresa.

A reportagem do Hoje em Dia também entrou em contato com a Copasa e a Polícia Militar, mas não teve retorno.

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